No primeiro debate do segundo turno, Lula enfrenta as mentiras de Bolsonaro e diz que vai consertar o país trazendo de volta estabilidade, cuidando do povo, combatendo a fome e gerando emprego. Foto Ricardo Stuckert
No primeiro debate do segundo turno das eleições presidenciais, neste domingo (16), realizado pela Band, Lula mostrou que o Brasil não suporta mais um governo que não cuida do povo, gera confusão e ainda por cima tenta se manter com base em mentiras.
“Esse país precisa de gente com muita seriedade para governar. Tem que ter alguém com credibilidade, que garanta estabilidade e previsibilidade. Esse país não pode ter um governo que parece um biruta, que todo dia fala uma coisa e depois desdiz. Precisa de gente séria”, disse Lula.
Logo no começo, o ex-presidente explicou que é candidato porque quer reconstruir o Brasil. “Fazer com que ele volte à normalidade, que as instituições funcionem corretamente. Mas, sobretudo, para trazer o povo pobre à cidadania outra vez”, afirmou, lembrando que já fez “a maior política de inclusão social que o país já conheceu”.
Ao contrário de Bolsonaro, que não tem nenhuma realização para mostrar e tenta “roubar” as obras do PT, como a transposição do Rio São Francisco, Lula lembrou à população de que é possível sim fazer o país melhorar, basta planejar.
Foi com planejamento que Lula entregou 13 mil obras do PAC e deixou outras 13 mil iniciadas, gerou 22 milhões de empregos com carteira assinada, aumentou o salário mínimo em 74% acima da inflação, tirou 36 milhões de pessoas da miséria extrema, levou 42 milhões de pobres ao padrão de consumo da classe média, criou 422 escolas técnicas e 18 universidades e fez o número de universitários crescer de 3,5 milhões para 8 milhões.
A criação de universidades, aliás, foi um dos vários temas de que Bolsonaro fugiu. Não respondeu de jeito nenhum quantas universidades criou em seu governo (foi Lula quem teve de dizer que foi só uma, autorizada ainda por Dilma Rousseff) nem explicou por que não aumentou o salário mínimo nenhum ano, deixando 22 milhões de aposentados sem reajuste real durante todo o seu governo.
“Eu acredito no povo”
Lula disse também que deseja voltar a ser presidente porque acredita no povo, como ressaltou depois de Bolsonaro ligar o povo das favelas do Rio de Janeiro ao crime.
“Eu acredito no povo, por isso fui numa comunidade no Complexo do Alemão. Povo extraordinário, trabalhador. Fizemos uma passeata extraordinária, exuberante, e não tinha bandido na passeata. Tinha mulheres e homens que levantam 5h da manhã para trabalhar”, descreveu Lula.
“Os bandidos você sabe onde estão”, continuou. “Tinha um vizinho seu que tinha 100 armas dentro de casa. Esse não era da favela do Complexo do Alemão. Achar que os bandidos estão só no lugar dos pobres? Os grandes bandidos estão é no lugar dos ricos. Os pobres são trabalhadores.”
É para o povo, que Bolsonaro odeia, que Lula vai governar. “Eu quero governar este país democraticamente, como já governei, dando prioridade aos problemas do povo brasileiro, cuidando do povo. Porque tem 33 milhões de pessoas passando fome neste país. Num dos maiores produtores de alimentos do mundo, maior produtor de proteína animal, tem gente na fila do osso”, ressaltou Lula.
E complementou: “Quando eu falo do churrasco é porque nós vamos consertar este país e vamos voltar no fim de semana a comer churrasquinho e tomar uma cerveja. Ele (Bolsonaro) fica doido porque ele pensa que só ele pode. Mas nós podemos e vamos querer comer um churrasquinho”.
Pandemia, Amazônia e orçamento
Lula lembrou que, segundo foi publicado fartamente pela imprensa, Bolsonaro conta “pelo menos seis ou sete mentiras por dia”. No debate, não foi diferente. O atual presidente disse, por exemplo, que não comprou vacinas contra a Covid mais cedo porque em 2020 elas não existiam, mas em agosto daquele ano, seu herói Donald Trump já anunciava a compra de 100 milhões de doses da Pfizer, as mesmas doses que Bolsonaro negou aos brasileiros.
Coube a Lula contar a verdade: “O senhor atrasou a vacina, depois teve um processo de corrupção denunciado pela CPI e o fato concerto é que sua negligência fez 680 mil pessoas morrerem, quando mais da metade poderia ter sido salva. O senhor não cuidou, debochou, riu, dizia que não tomava vacina. Gozou das pessoas, imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio. Se tivesse humildade, você teria resolvido parte do problema. Mas você não quis resolver porque não quis resolver o sofrimento do povo”.
Em outro momento cara de pau, Bolsonaro teve coragem de dizer que seu governo desmatou menos a Amazônia do que Lula. Na verdade, Lula fez o desmatamento cair de 27 mil km² para 7 mil km², e depois Dilma reduziu para 4,5 mil km². Já Bolsonaro, elevou de 7,5 mil km² para mais de 13 mil km².
Mas o atual presidente acabou traindo a si mesmo, como quando admitiu que só destina verbas do orçamento para quem vota com ele no Congresso Nacional. “Eu jamais daria dinheiro para essa turma toda aqui se não tivessem votando comigo, né?”, disse.
Da Redação do PT