Em outubro deste ano, a Maternidade ingressa num dos clubes mais seletos da história de Campinas. Ao lado da Estação Cultura, Catedral Metropolitana e do Mercadão, o hospital se transforma numa instituição centenária e, para comemorar, está em busca de alguma pessoa que tenha nascido nos primeiros anos de funcionamento do hospital.
Fundada no dia 12 de outubro de 1913, a Maternidade surgiu de uma visão de futuro de gente como Thomaz Alves, José Barbosa de Barros, Francisco Betin Paes Leme, Celso Silveira Rezende, Mário Gatti, Antonio Pompeu de Camargo ou Armando Rocha Brito. Personalidades que há 100 anos já trabalhavam com o conceito da responsabilidade social – aquela segundo a qual uma empresa decide, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa.
Conta a história que a ideia de construção de um hospital para atender mães carentes surgiu alguns anos antes, quando médicos tiveram de se deslocar para um casebre na Ponte Preta, onde uma mulher, sob luz de lamparina, lutava sozinha numa complicação de parto.
Em 1910, a Câmara Municipal, presidida por Antônio Álvares Lobo votou e aprovou a cessão de um terreno no lugar onde atualmente se localiza o cruzamento da Avenida Andrade Neves com a Avenida Barão de Itapura. “No ano seguinte, iniciou-se a construção do prédio, que viria abrigar a Maternidade até 1965, quando se mudou para o atual prédio”, lembrou o presidente da instituição, Pedro Antunes Negrão em visita à Câmara Municipal, na tarde desta quinta-feira (19/09).
A Maternidade de Campinas é uma Instituição Filantrópica, sendo reconhecida de Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, por cumprir até hoje o compromisso de atendimento à população. Dos doze hospitais privados que prestavam serviços ao então INPS na década de 70, a Maternidade é um dos poucos que se mantém fiel aos seus princípios estatutários, oferecendo ao Sistema único de Sáude (SUS) toda a sua estrutura qualificada para o atendimento médico hospitalar. Ainda hoje, a diretoria é constituída por médicos não remunerados, numa espécie de reverência aos princípios que nortearam os fundadores.
A contribuição da Maternidade no sistema de atendimento a gestantes e bebês na cidade e região é enorme. A instituição é responsável por nada menos que 70% dos nascimentos registrados em Campinas e 60% dos atendimentos são feitos pelo SUS.
O hospital é o centro de referência regional em UTI Neonatal com 36 leitos – contra 10 leitos disponíveis no hospital da PUC-Campinas e 15 no da Unicamp, as outras duas instituições que também oferecerem esse tipo serviço. Isso significa que, se PUC e Unicamp deixarem de atender, a Maternidade consegue absorver, mas se a Maternidade parar, o sistema entra com colapso, já que as universidades não estão preparadas para uma demanda tão grande. O hospital conta com cerca de 550 médicos e quase mil funcionários.
Além disso, participa em parceria com a Prefeitura, de vários projetos na área da saúde, mantendo serviços especializados como ambulatório de gestação de alto risco; serviços de ultrassonografia, monitorização cardio fetal, cirurgias ginecológicas, programa de planejamento familiar e centro de lactação e banco de leite humano.
Em audiência com o presidente da Câmara, vereador Campos Filho, Pedro Antunes Negrão diz que que os 100 anos serão comemorados de forma solene no dia 11 de outubro, com um jantar no Salão Social da Hípica. Ele conta que pretende reunir na festa as pessoas que construíram a história da Maternidade, mas está procurando uma pessoa em especial.
Negrão contou que está trabalhando para localizar uma pessoa que tenha nascido no hospital nas primeiras décadas do século passado. “Seria muito bom de conseguíssemos encontrar uma pessoa que tenha nascido no começo dessa história. Considero bastante provável que tenhamos pessoas com 80 anos ou mais, que tenham nascido lá. Se localizarmos, queremos que ela esteja no jantar para que possamos fazer uma pequena homenagem”, revelou.
As reservas para o jantar na Hípica e outras informações sobre as comemorações dos 100 da Maternidade poderão ser feitas pelo telefone: (19) 3306.6013.
