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quinta-feira, setembro 19, 2024

Nanotecnologia é fonte promissora para a Indústria

Data:

André Monteiro

A nanotecnologia, que estuda as propriedades de compostos e partículas ultramicroscópicas, é uma das áreas mais promissoras da inovação tecnológica. A utilização econômica de seus descobrimentos, porém, ainda está longe de ser uma realidade no Brasil, principalmente na grande indústria.

“É preciso uma mudança de mentalidade por parte dos empresários, para que percebam que é preciso atuar conjuntamente a setores como universidades ou instituições de apoio à pesquisa”, afirma Henrique Toma, professor de Química da Universidade de São Paulo (USP).

A nanotecnologia trabalha com materiais produzidos em escala nanométrica, ou seja, de proporção um bilhão de vezes menor que o metro. Enxergar algo tão pequeno só é possível com microscópios de força atômica, que conseguem captar imagens três mil vezes menores que um fio de cabelo.

Na indústria, a nanotecnologia pode ser aproveitada através de compostos como nanoporos, nanotubos ou nanofilmes. A grande vantagem é que eles “filtram” a passagem de compostos do tamanho de átomos e moléculas. Seria viável, por exemplo, separar uma mistura de água e sal utilizando um nanofiltro que tenha um malha de tamanho e formato compatível somente com a molécula de água, retendo todas as moléculas de sal.

Outras utilizações são possíveis, muitas delas potencializando valores, mas dependem de um esforço de pesquisa. “A tecnologia na escala nanométrica tem infinitas possibilidades. É questão de se ter imaginação: pode-se agregar valor a uma gama imensa de produtos”, afirma Toma. Uma garrafa de leite comum, por exemplo, conserva o produto por dois dias. Se fosse revestida de material com nanopartículas, capazes de bloquear moléculas do tamanho do ar, o produto seria conservado por três meses.

Apesar de ainda distantes, os setores acadêmicos e empresariais da nanotecnologia produziram alguns bons resultados quando se uniram. A empresa Nanox desenvolve produtos de nanotecnologia há três anos. Um de seus produtos, um secador de cabelo revestido com nanopartículas de dióxido de titânio, que combatem microrganismos, consumiu dois anos de pesquisa junto à universidade.

Para o professor da Escola Politécnica da USP, Guilherme Plonski, “o valor social da nanotecnologia não pode ficar de fora”. Ele cita, como exemplo, um relatório da Unesco, organização das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura, que mostra que a nanotecnologia pode contribuir para cinco dos oito Objetivos do Milênio.

Legendas das fotos:

nano_1.jpg: Compostos da nanotecnologia são “quebra-cabeças” de moléculas
nano_2.jpg: Pesquisa é fundamental para o desenvolvimento da nanotecnologia

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