A mulher de fases está com seus dias contatos. Os novos tratamentos disponíveis, em conjunto com uma melhor precisão no diagnóstico da TPM (Tensão Pré-menstrual), podem eliminar os sintomas desta síndrome. Trabalhos realizados pela ginecologista Mara Diegoli, coordenadora do Centro de Apoio à Mulher com TPM do Hospital das Clínicas – SP, durante seus dez anos de atuação na entidade, comprovam a afirmação.
Estatísticas recentes apontam que a TPM atinge diretamente mais de 16 milhões de brasileiras, com grande probabilidade de aumentar, uma vez que a serotonina, substância responsável pelo humor, é comprometida devido ao estresse gerado pela sobrecarga de tensão. Para a especialista, diagnosticar o tipo de sintoma apresentado pela paciente é a grande chave para aplicar os tratamentos mais adequados. Em seu mais recente livro – A mulher e os sete grandes desafios -, Diegoli explica como equacionar o problema.
A preocupação com a melhora da qualidade de vida das pessoas, tem levado ao lançamento de medicamentos que atuam diretamente no humor e no comportamento das pessoas, sem prejudicar o desempenho, causar sono ou dependência. “As novidades na área estão tão aceleradas que já necessito fazer uma nova edição do livro, uma vez que agora existem novos medicamentos que não possuem hormônios em sua composição e podem ser administrados apenas na fase lútea, ou seja, 14 dias após o primeiro dia da menstruação”, afirma.
Nos relatos de milhares de pacientes que já passaram pelo Centro do HC, identificou-se que o trabalho associado às obrigações da maternidade, às tarefas de casa e à necessidade de constante especialização e atualização profissional, provocam importante aumento de estresse. “Com a queda da serotonina, ocorre o aumento do estresse, que se intensifica na fase lútea do ciclo menstrual, podendo se agravar um dia antes ou no primeiro dia da menstruação”, explica a médica.
A maior parte dos especialistas que lida com a síndrome é unânime em afirmar que desde a entrada da mulher no mercado de trabalho, a TPM deixou de ser um problema ginecológico exclusivo da paciente e de sua família para se tornar uma questão de saúde pública. “É muito importante que a mulher domine suas emoções, controle seu humor e suas atitudes, do contrário ficará inviável assumir cargos de responsabilidade”, argumenta Mara Diegoli.
Embora não seja considerada doença e desapareça com a menstruação, as conseqüências da TPM permanecerão por vários dias. Logo, é importante para o médico e para a paciente saber reconhecer os reais sintomas que podem surgir com a síndrome, como também encontrar o melhor método para tratá-los.
O Centro de Apoio à Mulher com TPM ensina a paciente a se observar e reconhecer os sintomas que mais a incomoda com o auxílio de uma tabela e um gráfico. O teste e as conclusões são encontrados no título A mulher e os sete grandes desafios, bem como algumas medidas simples que também podem auxiliar no tratamento da síndrome.