A Leishmaniose Visceral é uma doença de evolução crônica e sistêmica, caracterizada em cachorros por febre, perda de peso rápida, anemia, tosse, crescimento das unhas, afeta articulação, aumento do baço e fígado, e músculo da face atrofia. Tratando o animal é possível, a mortalidade acontece em apenas 10% dos casos. Em 2009 foram registrados sete óbitos em doenças tratadas em seres humanos em 105 casos. Os sintomas no homem são: febre intermitente, aumento do baço e fígado, aronexia, depressão.
A doença pode ser transmitida aos seres humanos através da picada de um mosquito, conhecido como mosquito-palha, que também pode transmitir a doença ao cão doméstico. Esse fato dificulta o controle da doença no meio urbano, visto que, o cão pode permanecer sem sintomas mesmo estando doente, tornando-se um reservatório da doença. “O mosquito palha (Lutzomyia longipalpis), classicamente é encontrado nas matas onde deposita seus ovos na matéria orgânica em decomposição, sendo os animais silvestres (gambá, cachorro do mato, raposa). O habitat modificado do vetor tem sido o ambiente peridomicílio (formações arbustivas) e se multiplicam em locais como composteiras, galinheiros, chiqueiros, onde se encontra matéria orgânica em decomposição”, afirma a médica veterinária Miwa Miragliotta.
O primeiro caso em Campinas foi descoberto no Residencial Colinas do Ermitage, o dono da cachorra da raça pointer, chamada Athena, preferiu não se identificar afirma: “Meu cachorro nunca saiu de Campinas”. Athena foi trazida de Barão Geraldo, após 40 dias de vida. O Caso Athena, como foi chamado, começou em maio deste ano, quando a cachorra começou a ter alguns sintomas, como problema na pele e respiratórios. A cadela foi levada ao veterinário e após vários exames, o médico decidiu fazer a sorologia, que deu positivo. Athena passou pelo processo de eutanásia, no dia 21 de setembro com 9 anos de vida.
Existe ao todo no loteamento uma média de 200 cães, que passarão por uma triagem e será feita a coleta de sangue para identificar os casos. “O momento é de investigação, existem casos que demora até dois anos para apresentar algum sintoma”, afirma Douglas Presotto – médico infectologista do Centro de Controle Zoonoses.
A Secretaria Municipal notificou por escrito aos moradores do Ermitage, a confirmação do caso canino, e está realizando ações para avaliar o real impacto da doença. “Apenas o caso Athena está confirmado, ou outros são apenas suspeitos. Em curto prazo está sendo confirmada a doença”, conclui a Secretaria.
Para controlar o avanço da doença, o Ministério da Saúde determina que todos os cães infectados após investigações e com resultados de exames positivos deverão sofrer eutanásia, pois é um risco pra saúde pública. Outro vértice dos programas da Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral tem sido controlar a proliferação da doença por meio da aplicação do inseticida de ação residual.
Campinas não é uma área endêmica. As áreas de maior infecção são: Araçatuba, Bauru, Campo Grande, Belo Horizonte. “Para prevenir a doença em cães é preciso evitar a exposição ao agente, não transportar o cão para locais onde a doença é endêmica e evitar contato com cães que tenham esta procedência; coleira inseticida que evita a picada do mosquito e consequentemente, a transmissão da doença; vacinação que só pode ser feita através de requisição médico veterinário e resultados negativos nos exames sorológicos para detecção da doença (recomenda-se duplicata). A vacina deve ser aplicada somente em cães não contaminados”, conclui Miwa.
Suspeitas de Leishmaniose devem procurar o Centro de Saúde de Joaquim Egídio
Fone: 3298-6484 / 3298-6627 – André.
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