
Em um “raio-x” das tendências da política municipal, o JL (Jornal Local) traz os principais nomes que devem disputar o Palácio dos Jequitibás nas eleições deste ano. A reportagem ouviu políticos, especialista e personalidades da área, além dos diretórios municipais.
Uma das principais novidades deve ser o retorno de Hélio de Oliveira Santos, cassado em 2011 por conta do caso de corrupção na Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Campinas). De acordo com o diretório do PDT, Dr Hélio é o nome mais cotado para disputar a Prefeitura. O pedetista tem usado as redes sociais para intitular seu processo de cassação como “golpe político”. Dr. Hélio criou uma espécie de coluna no Facebook chamada de “Pílulas do Doutor” e nela vem se infiltrando novamente na política.
Arthur Orsi, que anunciou a saída do PSDB, e sua filiação ao PSD, afirma que será candidato. “Temos até o dia 19 de março para anunciar. “Deixo o PSDB pela falta de sintonia que existe hoje das minhas posições políticas com as que o PSDB de Campinas tem tomado. Não vejo nem a sombra do PSDB que ajudei a fundar em Campinas (…) o PSDB se transformou em um apêndice do atual governo”, disparou Orsi.
O PSOL deve anunciar o vereador Paulo Bufalo como seu representante no pleito deste ano. “O PSOL terá candidato próprio para as eleições. Está em definição. Até março definimos o nome”, disse Bufalo, ao admitir que é um dos cogitados ao posto de pré-candidato a prefeito.
Segundo informações, o candidato derrotado nas eleições de 2012 (mas com ascensão de votos) Marcio Pochmann deve ser o nome do PT na busca por uma reviravolta no cenário eleitoral campineiro.
“Pochmann é o nosso nome. O debate dele é muito interessante porque não tem capacidade de apenas fazer o enfrentamento eleitoral, mas de fazer Campinas refletir. É um candidato que chega com franqueza”, afirmou o vereador Pedro Tourinho (PT), um dos principais lideres do partido na cidade.
O prefeito Jonas Donizette (PSB) buscará a reeleição sob a oposição da minoria dos vereadores na Câmara. Sem candidato próprio, o PV já anunciou seu apoio a Jonas.
O diretório do PMDB informou ainda não ter decidido o cronograma político do partido e que as coligações passarão a ser anunciadas a partir de 6 de agosto.
Os demais foram procurados, mas não deram retorno ou estavam fora de contato até a publicação desta reportagem.
HÉLIO
Para o cientista político especializado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Márcio de Paula Leite, Dr. Hélio é “carta fora do baralho”. “Ele é responsável por um dos principais escândalos de corrupção e clientelismo da história de Campinas. É praticamente uma carta fora do baralho. Ele deve conseguir um número inexpressivo de votos”, analisou o especialista em entrevista ao Jornal Local.
POCHMANN
Segundo Leite, Pochmann terá o desafio de enfrentar a “grande onda anti-petista que associa o partido à corrupção”. “Isso já o prejudicou nas disputas eleitorais anteriores”, disse. Porém, o especialista projeta que o petista será o nome que disputará a Prefeitura com “mais intensidade” com Jonas Donizette (PSB).
JONAS
“O Jonas tem a vantagem de estar no poder e a debilidade que pode prejudicá-lo são as medidas que foram tomadas ultimamente, como o encarecimento do preço de serviços públicos, como a elevação da tarifa de ônibus. Mas provavelmente esse revés não será suficiente para comprometer o número de votos majoritários direcionados ao Jonas por que ele conta com melhor imagem”, afirmou. Conforme Leite, o atual prefeito tem outra vantagem: os poucos aparecimentos. “Ele não aparece muito e quando aparece é para mostrar ações positivas e pequenas, como a reforma do Centro. Existe hoje a tendência de que se não há algo muito grave (no mandato), grande parte da população, que não tem preocupação política profunda, tende a associar o mandato como bom”, completou.
BUFALO
O cientista ainda destacou que o possível candidato do PSOL terá infraestrutura de campanha insuficiente em relação aos demais postulantes. “O Paulo Bufalo não vai contar com recursos decisivos em uma campanha eleitoral, que são recursos de origem privada e de empresas. Por isso a campanha não conseguirá atingir grande número de pessoas em Campinas”, opinou.
ORSI
Com relação a Orsi, candidato do PSD, que prega ter um projeto “para uma nova Campinas”, Leite o avalia como “desconhecido” para se chegar ao posto de prefeito. “É muito desconhecido. Não tem uma imagem pública suficiente para conseguir um grande número de votos”, comentou. (Colaborou Isabela Lopes)




