Por Luciano Claudino
A confirmação do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, iniciou uma contagem regressiva por todo o Brasil. A estrutura prometida é imensa e os gastos maiores ainda.
Faltam sete anos para o início dos jogos, porém grande parte das obras deve estar pronta no final de 2010, para receber os Jogos Militares em 2011 e a Copa do Mundo de 2014, onde o Rio de Janeiro pretende sediar a final da competição.
Os gastos giram em torno de 28,8 bilhões de reais com obras de infraestrutura, sendo que quase 25 bilhões provenientes dos cofres públicos. A desconfiança sobre o uso do dinheiro público é uma das preocupações.
A construção de estádios terá o apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com uma linha de crédito de R$ 5 bilhões para as obras. Para o economista Raul Velloso. “A equação do jeito que está não fecha”, pois além dos eventos o Governo investirá no pré-sal. ”Para atender toda a demanda do mercado, o BNDES não escapará de nova captação ou elevação do capital com dinheiro do Tesouro. Além das obras dos eventos esportivos, o governo já sinalizou que o desenvolvimento da indústria nacional para atender a Petrobrás será financiado pelo banco estatal. Mas ainda não definiu como vai fazer novas capitalizações no banco”, disse Velloso.
O maior exemplo foi há dois anos atrás nos Jogos Panamericanos de 2007, o gasto foi 18 vezes maior que o previsto. O TCU (Tribunal de Contas da União) investiga irregularidades nos contratos e o superfaturamento. O TCU aponta a falta de planejamento do governo, aumentando os custos, e possíveis erros no convênio firmado entre o Ministério do Esporte e o Estado do Rio de Janeiro.
Para fiscalizar os gastos o Comitê Organizador Rio 2016 criará um site chamado “Transparência Olímpica” para que a população ajude, fiscalizando e denunciando irregularidades.
Em 2012 os jogos serão em Londres e a sociedade britânica está de “olho vivo” na realização das obras e dos gastos, já houve um alerta, pois o orçamento inicial triplicou e atinge a casa do equivalente a 30 bilhões de reais, ultrapassando o valor de investimento no Rio de Janeiro.