Os governos do Brasil e da Colômbia afirmaram neste sábado (24/8) que não existe alternativa para a crise política da Venezuela que não passe pelo diálogo pacífico e pela convivência democrática entre as forças políticas do país vizinho. Em declaração conjunta, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro conclamam “todos os envolvidos a evitar recorrer a atos de violência e à repressão”.
Os chefes de Estado afirmam observar as manifestações do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre o processo eleitoral. Mas reiteram que ainda aguardam a divulgação, pelo Conselho Nacional Eleitoral do país, das atas da eleição presidencial do último dia 28 de julho, desagregadas por seção de votação.
Além disso, assinalam discordar da “continuada aplicação de sanções unilaterais como instrumento de pressão” aplicadas por outros países alheios à realidade venezuelana, alertando que tal conduta contraria o direito internacional e “prejudica a população dos países sancionados, em especial as camadas mais vulneráveis”.
Lula e Petro ressaltam a disposição de seus países de mediar o diálogo entre os partidários de Nicolás Maduro e da oposição. E invocam para tanto o Acordo de Barbados. No documento, assinado em outubro do ano passado no país caribenho, com mediação da Noruega e apoio de diversos países, governo e oposição da Venezuela selaram compromisso com a “Promoção dos Direitos Políticos e Garantias Eleitorais” e com a “Garantia dos Interesses Vitais da Nação”.