Enquanto a população cobra mais investimentos em saúde, educação e transporte, o prefeito Dário Saadi (Republicanos) sancionou nesta terça-feira (1º) a lei que cria mais uma Secretaria Municipal — agora para Políticas para as Mulheres — aumentando cargos e despesas em plena crise fiscal.
A nova pasta foi aprovada na Câmara Municipal no fim de maio, mas só agora teve a oficialização publicada no Diário Oficial. Com o ato, Dário amplia ainda mais a estrutura de cargos comissionados em Campinas, que já é alvo constante de críticas por altos salários e superposição de funções.
Segundo a Prefeitura, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres vai reforçar ações de combate à violência doméstica, geração de renda e inclusão social. Para opositores, no entanto, trata-se de mais uma estratégia do prefeito para acomodar aliados e ampliar sua base de apoio em ano pré-eleitoral, já que o nome para chefiar a pasta deve sair do Partido Liberal (PL), que tem forte influência na Câmara.
Dário evita dar detalhes, mas já declarou que a pasta será comandada por uma mulher — informação que não acalma quem teme mais cabides de emprego. A única vereadora do PL, Débora Palermo, negou interesse no cargo, mas nos bastidores o comentário é de que há uma lista de nomes de confiança prontos para assumir o novo posto.
Enquanto isso, moradores reclamam da falta de remédios em postos de saúde, buracos em ruas e cortes em verbas de manutenção de escolas. “É fácil criar secretaria, difícil é tapar buraco”, ironizou um morador do Jardim Garcia.
Procurado, o gabinete de Dário Saadi justificou que a criação da pasta é um avanço histórico na defesa dos direitos das mulheres e que os custos serão absorvidos com remanejamento de cargos já existentes. Críticos, porém, duvidam que a conta feche sem aumentar ainda mais as despesas da Prefeitura, que já enfrenta dificuldades para cumprir metas orçamentárias.
Com a máquina pública cada vez maior, cresce a pergunta: quem paga a conta da expansão de cargos na gestão Dário Saadi?