Os produtores leiteiros podem voltar a comemorar. Desde novembro do ano passado, os preços do leite longa vida voltaram a subir e a expectativa é que se mantenham altos. Segundo levantamento da Scot Consultoria, entre dezembro e janeiro, o preço do leite longa vida no atacado subiu 8,8%, para R$ 1,48 o litro. No varejo, a alta no período foi mais modesta, de 1,2%, para R$ 1,60 o litro. “Passada a crise internacional, o consumo está mais aquecido e a oferta de matéria-prima mais ajustada à demanda em decorrência do recuo da captação de leite em algumas bacias leiteiras do país”, pontua Rodrigo Alvim, coordenador do 11º Congresso Pan-Americano do Leite e presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A última pesquisa da Scot, referente ao leite entregue à indústria em dezembro e pago em janeiro, mostra ainda que a pressão sobre a cotação ao produtor já é menor com a queda na captação de leite. Na média nacional, o preço ficou em R$ 0,618 por litro, redução de 0,96% sobre o mês anterior. Os preços mínimo e máximo foram, respectivamente, R$0,458 e R$0,716/litro. “Os preços aos consumidores estão mais baixos do que há cinco meses e isso estimula o consumo”, ressalta Rodrigo.
A expectativa da indústria de longa vida é de que os preços no atacado subam 20% considerando o período entre o início de janeiro até o fim deste mês. Os preços praticados pelas indústrias hoje já variam entre R$ 1,50 e R$ 1,70 por litro. “Após um período de queda, a recuperação dos preços é um grande estímulo ao produtor”, relata Rodrigo.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), no ano passado, o consumo de leite longa vida no país cresceu entre 3% e 3,5%, alcançando 5,5 bilhões de litros. A previsão inicial era avançar entre 4% e 5%, mas isso não se concretizou porque a oferta de matéria-prima (leite cru para processamento) ficou estável na casa dos 28 bilhões de litros, explica o diretor-executivo da associação.
Para este ano, a ABLV volta a estimar crescimento de 4% a 5% na demanda por leite longa vida. O produto já representa 76% do total do leite fluido de consumo no país e movimentou R$ 9 bilhões no ano passado.





