Enchente causa transtorno aos motoristas e famílias do distrito
Moradores do Beco Mocarzel ficaram desalojados e congestionamento se alastrou por 5 km
O atual período de chuvas resultou a marca de cinco enchentes no distrito durante os últimos dois meses. A mais recente ocorreu no dia 26 de janeiro, causando congestionamento e desalojamento de famílias moradoras do Beco Mocarzel em Sousas.
O rio Atibaia atingiu o nível da Praça Beira Rio, dessa forma não só o acesso a estrada dos loteamentos fechados localizados na região do San Conrado foi restrito, foi difícil, também, chegar aos bairros e loteamentos situados depois da praça, o que provocou congestionamento intenso.
A EMDEC (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) foi acionada para auxílio durante a situação, entretanto a demora para realização dos serviços resultou o congestionamento de cinco quilômetros durante o período das seis horas da tarde até as três horas da manhã, revoltando os moradores.
Transporte Coletivo
O acesso ao transporte público também não foi fácil. “Sou idoso e tive que desmarcar uma consulta médica importante, pois não tinha ônibus. O trecho de acesso alternativo ao bairro estava um horror, cheio de buracos” alegou Anastácio Calamari, morador do bairro Nova Sousas, que disse também estar cansado da situação que se repete todo ano nessa época.
O Jornal Local entrou em contato com a empresa Bortolotto Turismo, responsável pelo transporte público dos distritos. Foi informado que ocorreu um problema na parte elétrica localizada embaixo dos ônibus, que entraram em contato com grande quantidade de água. Se o problema acontecer novamente, a empresa afirmou que há possibilidade de disponibilização de um veículo menor para circular nos locais de difícil acesso.
Desabrigados
A situação foi mais grave na principal área de risco, o Beco Mocarzel, onde 10 famílias que somavam aproximadamente 30 pessoas ficaram desabrigadas por seis dias. Todos foram alojados no Conselho Comunitário do bairro Vila Santana e já retornaram às suas casas, porém há grande risco da situação se repetir, já que o período de chuvas intensas segue até o mês de março.
Em outras regiões de Campinas famílias que tiveram suas casas condenadas devido às chuvas foram encaminhadas para o programa Auxílio Moradia, realizado pela COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação). Entretanto, no caso das moradias do Beco Mocarzel, apesar de alagadas, estas não foram condenadas, assim as famílias não possuem outra escolha a não ser retornarem ao lar e torcerem para que as chuvas dêem uma trégua.
Busca por soluções
Ana Cândida Pellegrini Ribeiro é de família tradicional de Sousas. Incomodada com a atual situação do distrito, afirma que a população precisa se unir em busca de respostas dos órgãos competentes. “Fica mal para a imagem do distrito deixar isso acontecer e traz prejuízo para os bares e restaurantes daqui. As pessoas são muito acomodadas, ao invés disso deveriam realizar manifestações para obterem resposta, se não o distrito pode deixar de existir um dia” declarou.
O subprefeito, Lucrécio Raimundo da Silva, ficou a disposição dos moradores durante todo ocorrido, fez o deslocamento das famílias do Beco Mocarzel para a Vila Santana e garantiu melhorias para evitar que o caos se repita. “Uma das medidas a serem tomadas será a colocação de cascalhos na estrada CAM10, que dá acesso ao loteamento San Conrado. Isso vai evitar que os carros atolem na região após as chuvas” afirmou o subprefeito.
Marcela Feriani




