Sessão desta segunda-feira (17) foi marcada por gritos, tensão e plenário esvaziado; vereador é alvo de denúncia na DDM por agressões, ameaças e danos materiais
Por Sandra Venancio
A noite desta segunda-feira (17) na Câmara Municipal de Campinas foi marcada por tensão, manifestações ruidosas e esvaziamento do plenário, o que impediu a votação do pedido de abertura de Comissão Processante (CP) contra o vereador Otto Alejandro (PL). Acusado de agressões, ameaças e insultos por uma suposta namorada, o parlamentar nega todas as acusações.
O clima no Legislativo campineiro ficou carregado desde o início da sessão. Durante todo o Pequeno Expediente, vereadores da bancada de esquerda defenderam a abertura da Comissão Processante contra Otto Alejandro, considerada por eles necessária diante da gravidade da denúncia registrada na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no dia 10 de novembro.

Mas os discursos ocorreram sob intensa pressão das galerias. Um grande grupo de apoiadores do vereador reagia a cada fala, com gritos, aplausos e manifestações que, em vários momentos, tornaram quase inaudíveis as intervenções dos parlamentares. A mesa diretora precisou intervir repetidas vezes para pedir silêncio e restabelecer a ordem.
O pedido de Comissão Processante, apresentado pelo munícipe Adriano Vieira Novo, se apoia no boletim de ocorrência em que a denunciante — que afirma ter mantido um relacionamento de um ano e meio com Otto — relata ter sido agredida, ameaçada e insultada pelo parlamentar em um apartamento na região central de Campinas. Entre os xingamentos que ela atribui ao vereador estão: “puta, vadia, demônio, doente, ingrata, vou acabar te matando”, conforme registrado à Polícia Civil.
A mulher também afirmou que o parlamentar costuma ingerir bebida alcoólica e “fica muito alterado”. O pedido lembra ainda outro episódio envolvendo o vereador, registrado em 13 de julho, quando ele foi acusado de quebrar o vidro traseiro de um ônibus, ameaçar o motorista e danificar o celular da vítima durante um tumulto na avenida Francisco Glicério.
Apesar da expectativa de que o pedido fosse finalmente analisado, a votação não ocorreu. Quando a deliberação seria iniciada, apenas 15 vereadores estavam presentes no plenário — número insuficiente para o quórum mínimo de 17 parlamentares exigido para qualquer deliberação. Com o plenário esvaziado, a sessão foi encerrada sem a votação da Comissão Processante e sem apreciação dos demais itens da pauta.
Em seu discurso, Otto Alejandro negou todas as acusações e afirmou ser vítima de perseguição política. O vereador deixou o plenário sob aplausos de seus apoiadores, enquanto a oposição criticava o esvaziamento da Casa e classificava o episódio como uma “manobra para impedir a investigação”.
Caso queira, posso preparar repercussão dos bastidores, linha do tempo das denúncias, ou retranca com dados de pesquisa sobre rejeição e percepção pública em casos de violência — conforme seu padrão jornalístico solicitado.




