O dia da volta

O dia 29 de abril de 2007 será lembrado pelos torcedores do Guarani, como “o dia da volta”. A conquista do segundo lugar no quadrangular da séria A2, embora não tenha sido brilhante serviu e valeu para o clube retornar a série de elite do futebol de São Paulo. O Bugre subiu conseguindo apenas uma única vitória nesta fase da competição. Porém, é importante ressaltar que o Guarani, depois da chegada do Carbone, foi outro. Quando José Luiz Carbone pegou o time a situação era de desespero. Depois de uma humilhante estréia, Carbone conseguiu a recuperação do time que se classificou e depois subiu. Todos merecem destaque, mas alguns estão um pouco acima e precisam ser destacados. O Goleiro Buzzetto foi fundamental. Em várias partidas foi “São Buzzetto”. Deyvid, embora não tenha rendido tudo que pode, foi fundamental. A linha de zaga me surpreendeu. Os zagueiros cresceram muito e ajudaram bastante o time. Carbone indiscutivelmente foi o grande comandante da conquista. Trabalhador, cuidadoso ao falar, experiente e acima de tudo um treinador de princípios. Com estas características ele ganhou a confiança da torcida que o quer novamente, comandando o time na série C do Brasileiro. A diretoria tenta acertar a casa com o que tem, e convenhamos tem muito pouco. A Pátria bugrina, como costumo dizer no rádio, tem se mostrada disposta a apoiar o time. Esperava um pouco mais de 10 mil pessoas no Brinco na decisão, mas deixo por conta do medo dos últimos insucessos da equipe, em partidas em casa. Acho que agora a situação vai mudar um pouco. Fazia tempo que o bugrino não experimentava o gosto da conquista. Fazia tempo que o time não dava resposta positiva para seu torcedor. Foi muito importante o acesso, não só pelo que pode ser conseguido com ele, mas também pela tranqüilidade que os dirigentes terão daqui pra frente. O clube ficará um bom tempo sem partidas oficiais, só voltará em agosto, na série C. Neste período a formação do elenco será menos traumática do que foi para o Paulista da A2. Afinal agora quem vier para o Guarani saberá que no ano que vem vai disputar a séria A1 do futebol de São Paulo. Ao ser convidado o jogador, que chegou a esnobar o time que estava na C do Brasileiro e na A2 do Paulista, saberá que o Guarani é um clube em recuperação. Alguns jogadores do atual elenco devem e merecem ficar. É preciso, no entanto, buscar receita para a continuidade dos atletas. Os problemas ainda existem e são muitos. A volta à elite de São Paulo, não significa que tudo foi resolvido. O moral e o status melhoram, mas as dificuldades estão aí. Espero que o empresariado de Campinas acredite um pouco mais no futebol e invista nos clubes da cidade. Sabemos que hoje tudo está complicado, mas o futebol é uma vitrine muito ampla. O Guarani terá também que valorizar esse acesso. Sabemos que para uma agremiação que foi campeã do Brasil, na série principal e campeã da segunda divisão na então Taça de Prata, é muito pouco o acesso numa série inferior, no futebol Paulista. Mas é o que se apresentou ao clube. Valorizar esta conquista significa demonstrar humildade, significa respeitar o torcedor que acompanhou estes jogos, como sendo jogos de copa do mundo. Foi uma grande volta por cima. O time que chegou a passear pela zona do rebaixamento e hoje sobe, dentro de campo com todo merecimento, precisa ser reconhecido por todos. Ainda mais sendo apontado pelos críticos como uma equipe de recursos limitados. Valeu Guarani, como valeu! Desta vez as lágrimas que marejaram os olhos da Pátria bugrina, são lágrimas de alegria, que a emoção não conseguiu conter. Que venha agora a série C do Brasileiro!
Um abraço e boa sorte!