Desde 2008, o Conselho Nacional do SESI, em parceria com o empresariado, tem promovido a inserção desse público no mercado de trabalho
Compromisso, conquista e conseqüência são as etapas básicas do contrato de convivência firmado com adolescentes e jovens, em situação de exploração sexual, para participarem do Projeto ViraVida. Essa iniciativa do Sesi/CN, em parceria com organizações governamentais, não governamentais, empresas públicas e privadas, é uma resposta que esses setores tem dado à sociedade brasileira no sentido de combater a exploração sexual, por meio de processos socioeducativos, e dar a esse público alternativas de vida, a partir de sua inserção no mercado de trabalho.
O Projeto ViraVida busca resgatar adolescentes e jovens entre 16 e 21 anos de idade, de ambos os sexos. São meninos e meninas, moças e rapazes socialmente submetidos a uma situação de violação de direitos, isto é, que viveram algum tipo de experiência relacionada com violência, abuso sexual, gravidez precoce, dependência química, que normalmente apresentam baixa escolaridade e residem em periferias de grandes centros.
De acordo com o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Menegueli, o Projeto ViraVida soma-se à Rede de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes para construir uma rede de oportunidades viáveis voltadas para jovens e adolescente vitimados por abuso e exploração sexual. “Essa luta é de toda a sociedade. Meu grande sonho é que um dia o Projeto ViraVida se torne uma política pública. Mas para isso, será necessário que a Rede de Enfrentamento se fortaleça cada vez mais, com o engajamento do governo federal, estadual e municipal e outros parceiros”, explicou.
Criado há dois anos pelo Conselho Nacional do Sesi, o projeto já contabiliza 628 jovens e adolescentes atendidos, sendo 70% do sexo feminino. Do total dos atendidos: 181 jovens foram inseridos no mercado de trabalho; 158 jovens estão participando de processo seletivo para ingressar no mercado de trabalho; e 227 alunos encontram-se em processo socioeducatico (em sala de aula). O número geral de evasão é de 62 alunos.
Atualmente o Projeto ViraVida está implantando em sete cidades de sete estados diferentes: Fortaleza (CE), Recife (PE), Natal (RN), Belém (PA), Brasília (DF), Teresina (PI), e Salvador (BA). O ViraVida encontra-se em fase de implantação nos seguintes estados: Campina Grande (PB), João Pessoa (PB), Curitiba e Foz do Iguaçu (PR).
A segunda fase da experiência piloto deverá ampliar a área de abrangência do projeto e o número de beneficiados. A meta é atender a 1.600 jovens e adolescentes até o fim de 2010, quando o projeto estará também no Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, e São Paulo.
O Projeto ViraVida é desenvolvido com o apoio do Sistema S (Senac, Sesc, Sebrae, Senai, e Sescoop), em parceria com Organizações Não-Governamentais. Está alinhado ao Plano Nacional de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O grande diferencial do Projeto é a participação do setor produtivo que promove a inserção desses jovens no mercado de trabalho. A formação profissional do jovem ou adolescente é obtida simultaneamente a ações de educação básica continuada, para elevação da escolaridade, que abrange temas como cidadania, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), saúde e cuidados com o corpo, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e outros. Também há atendimento psicossocial, visando resgate de valores, redução de danos e desenvolvimento humano.
Saiba como funciona o projeto:
Primeiro passo – A virada na vida desses jovens e adolescentes inicia-se quando são abordados por instituições governamentais, religiosas, ONGs, Casas de Passagem, Conselhos Tutelares que atuam na rede Pública de Enfrentamento da Exploração Sexual. A atribuição dessas instituições é recrutar e inscrever os jovens e adolescentes no processo de seleção dos cursos profissionalizantes. Têm também a incumbência de acompanhar os selecionados ao longo do processo de formação, promovendo aconselhamento e atendimento/encaminhamento.
Segundo passo – Instituições do Sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senac e Sebrae), sob a coordenação do Conselho Nacional do Sesi, respondem pelo processo de seleção, formação, avaliação, encaminhamento ao mundo do trabalho e acompanhamento de egressos, cada um em sua área de competência: Sesi – educação básica; Senai – aprendizagem industrial; Senac – aprendizagem comercial; e Sebrae – orientação à formação de cooperativas e incubação de pequenos negócios.
Terceiro passo – Empresas públicas e privadas são parceiras na divulgação do Projeto e na empregabilidade dos participantes, seja por meio de programas de aprendizagem, como o Jovem Aprendiz, estágios, contratação direta ou oferta de microcrédito para fomentar o empreendedorismo.




