A artista plástica, Natasha Faria confeccionou, este ano, bonecos especialmente para a decoração do carnaval do Sesc Itaquera em São Paulo.
Os bonecos, que são inspirados na cultura popular de Olinda, tem as cabeças feitas em papel machê com estrutura em ferro que sustenta os 3 metros, eles ainda ganharam adereços, como guarda chuvas. Além dos 8 bonecos, a artista preparou mais 12 bumba meu boi e 25 bonecos de mesa com aproximadamente 15 centímetros cada. As roupas são confeccionadas com a ajuda da costureira Irene Tarifa Tavela.
Os bonecos são produzidos com material reciclável, e foram preparados em apenas 15 dias. “Tive uma grande dificuldade em secar o material, devido ao tempo úmido e as chuvas. Precisei apelar para o secador e uma estufa”, conta Natasha.
Natasha foi a idealizadora dos bonecos gigantes que animaram o carnaval de Joaquim Egídio, durante 6 anos. A artista não pode dar continuidade ao trabalho devido ao custo dos bonecos.
Natasha era protética e desenvolve bonecos de papel machê desde 1998 de lá pra cá não parou mais. “Me encantei com a confecção dos bonecos”, diz. A sua personagem preferida é a boneca Rosalinda, de 2 metros de altura, que ela empresta todos os anos para o Bloco das Caixeiras de Barão Geraldo.
Ela ainda produziu bonecos para as cidades de Minas Gerais e Caconde. Participou de exposições coletivas e individuais com esculturas e bonecos. Ministrou aulas de desenho, pintura para crianças e adultos. Hoje, tem uma linha extensa de trabalhos criados e desenvolvidos com essas técnicas.
Em março a artista entrega painéis ao Sesc, como a montagem de espetáculos para teatro de bonecos, como figurino e cenários. “Esta exposição marca uma nova etapa do meu trabalho”, conclui.
A origem da técnica surgiu na China
Originalmente conhecida com o nome francês Papier Machê que significa papel esmagado, Picado, chamado de papel machê no Brasil, foi inventado na China, no século II A.C.
Os chineses faziam acessórios de guerra, como capacetes e vasilhas para armazenar líquidos. Desde então, a civilização oriental é a que mais se dedica ao uso da técnica de papel machê, seja produzindo utensílios domésticos ou objetos de decoração.
A porta de entrada para o Ocidente foi a Europa, que se encantou com as peças. Conta à história que a França foi o primeiro país a dar um valor artístico e refinado à técnica. Daí para ganhar o mundo e cair no gosto de toda gente foi apenas questão de tempo.
Na América, imigrantes ingleses inauguram, em 1850, a primeira fábrica de artigos de papel machê em solo americano.