
A invasão do Uber, aplicativo que presta serviço de transporte, em Campinas, já preocupa os taxistas que atuam na região de Sousas e Joaquim Egídio. Preço reduzido, comodidade e “a moda do momento” fazem com que os profissionais de táxi da região fiquem em alerta com relação ao futuro da profissão e uma possível queda na demanda.
Diante da polêmica, o assunto foi levado às autoridades. Vereadores de Campinas analisaram, por meio de Comissão Especial de Estudos, a utilização de veículos particulares chamados via aplicativo.
“Sei que uma hora ou outra vão acabar aprovando. A partir de agora, na volta das aulas, que vamos saber realmente se de fato o Uber vai nos atrapalhar aqui nos distritos. Mas, sim, estamos em alerta”, admitiu Walter Navarro, de 58 anos, taxista há dez.
De acordo com outro taxista, mas que não quis se identificar, o Uber deve impactar na quantidade de clientes, em especial, os mais novos.
“Acredito que quem vai mais sofrer com o aplicativo em funcionamento são os taxistas novatos, que têm as parcelas dos carros para pagar, além de sustentar a família”, falou.
Apesar da situação, taxistas do distrito disseram ter uma “relação amistosa” com profissionais do Uber. Porém, apontam a regulamentação e a organização da operação do novo serviço da forma que menos atrapalhe os trabalhadores em pontos de táxi.
Uma das principais polêmicas é o valor de uma corrida com profissional que presta serviço ao aplicativo, quepor exemplo, chega a custar 50% mais em conta com relação aos táxis convencionais.
Revoltados com a situação, já que o Uber opera desde janeiro no município, profissionais e sua entidade de classe fizeram protestos durante sessão da Câmara este mês – eles pediram ao parlamentares que reprovem o funcionamento do aplicativo em Campinas.
Segundo o estudante de engenharia Rafael Santos, de 25 anos, o aplicativo tem o ajudado quando pretende evitar o transporte coletivo. “É muito prático e fácil. Só baixar o aplicativo e nele você encontra todas as informações sobre o serviço e a qualidade dele. Isso sem falar no preco. Tenho optado pelo Uber porque saio tarde do estágio e com ele, que é mais barato, consigo chegar a tempo na faculdade. Se eu fosse de ônibus não daria tempo e de táxi ficaria mais caro”, contou o estudante.
Já o gerente Rogério Sakamoto, 32, pretende continuar optando pelo táxi em seus afazeres corporativos por causa do que chamou de “confiança inabalável” que carrega com os taxistas. “Mais caro acaba sendo, mas é totalmente confiável fazer uma viagem com um motorista experiente e tradicional, que não vai se aventurar na profissão”, disse.




