O número de candidatas mulheres aos cargos de prefeito e vereador nas Eleições 2016 em Campinas (SP) é de 31%, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O baixo índice ficou próximo do mínimo obrigado pela legislação eleitoral, que é de 30%. Em Limeira (SP) e Piracicaba (SP), o percentual também ficou perto da margem obrigatória e fechou em 32%.
O professor de ética e filosofia Paulo Pozzebom afirmou que o número ainda é insatisfatório porque a organização dos partidos políticos é amplamente dominada por homens. Por isso, segundo ele, as organizações não fazem mais do que cumprir a cota obrigatória de candidatas mulheres e não se importam em aumentar o quadro.
“Isso faz diferença no cenário político e traz consequências negativas, porque o ponto de vista da mulher faz diferença e muda prioridades. Educação, política, organização da cidade, assistência à família, tudo isso poderia ser visto de forma diferente pelas mulheres. O cenário está mudando, mas ainda não é bom”, afirmou o especialista.
Nas 31 cidades da região, nove mulheres disputam cargo de prefeita. Duas em Campinas, duas em Nova Odessa, e as demais em Holambra, Jaguariúna, Morungaba, Sumaré e Vinhedo. Os dados estão disponíveis no site do TSE.
Cotas de gênero
Apesar de ter ultrapassado a cota obrigatória, o número de mulheres que se candidatam à cargos eletivos ainda é baixo porque os partidos e coligações no município têm dificuldades de atender o que é proposto pela legislação eleitoral. De acordo com o texto, cada partido deve preencher o mínimo de 30% ou o máximo de 70% de candidaturas para cada gênero.
O TSE entende ainda que, na impossibilidade do registro de candidaturas femininas no percentual mínimo de 30%, as coligações devem reduzir o número de candidatos homens para se adequar às cotas de gênero. Atualmente no Brasil, mulheres representam apenas 10% do total de deputados federais e 14% dos senadores.




