Ao sair em busca de um assunto para um documentário acadêmico, nos deparamos com várias possibilidades, mas nenhuma que viesse de encontro ao nosso objetivo: engrandecer os espaços culturais de Campinas. Foram várias pesquisas históricas até chegar ao Cine Paradiso.
Sua história poderia se confundir com a de inúmeros cineclubes do Brasil entre as décadas de cinqüenta e oitenta, mas o que o diferencia é sua resistência até hoje. Iniciativa dos amigos Hélcio Henriques e Orestes Júnior, ele surge como Cineclube Campinas, em outubro de 1983, com sede do SENAC. Nos anos 90, o Cine muda-se para a Galeria Barão Velha, adotando o nome de Cine Paradiso, em homenagem ao filme Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore.
Assim, como no famoso Cinema Paradiso, ao entrevistar os freqüentadores do Cine, vimos a semelhança dos mistérios e segredos por detrás do que se vê na tela do cinema e uma comunidade apaixonada pelo cinema como movimento e forma de arte.
Vinte e quatro anos se passaram desde o seu surgimento, a indústria cultural chegou, o cinema teve sua ascensão e seu declive, mas o Cine Paradiso continua levando a arte como um símbolo de resistência cultural na cidade de Campinas.
Foi esse despertar e paixão que nos incentivou a produzir o curta que nos rendeu tantas experiências e amizades.
No vídeo-documentário existem depoimentos não só dos sócios Hélcio e Júnior e de Gilberto Gatti, funcionário do Cine e comprador do primeiro ingresso de sua estréia, como de outras personalidades campineiras como Orestes Toledo, administrador do Museu de Imagem e Som (MIS), do cineasta Nuno Abreu, entre outros.
Nesse contexto, que ainda guarda a alma dos movimentos cineclubistas, encontramos não empreendedores, mas artistas. Pois o cinema, “é uma maravilhosa máquina do tempo: é possível apresentar aos jovens de hoje os jovens da década de 60, que tinham um objetivo pelo qual lutar”. (Bernardo Bertolucci).
Cine Paradiso: um exemplo de resistência cultural
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