
Na primeira semana de junho mais uma oficina foi finalizada com a discussão do Plano de Manejo da APA. Os grupos apresentaram as ponderações sobre a área rural dos bairros Gargantilha, Carlos Gomes e Monte Belo, que integram a APA em conjunto com os distritos de Sousas e Joaquim Egídio. Na primeira plenária os debates se estenderam no tocante a ocupação desordenada das áreas rurais dos dois bairros.
Foi constatada a ausência de malha asfáltica: os bairros são guarnecidos de estrada de terra. Os moradores são servidos por uma linha de ônibus que não consegue atingir toda a localidade. Também não há serviço de água encanada e os moradores se servem de caminhão pipa de água distribuída pela SANASA e alguns possuem poço artesiano.
Com a ocupação desordenada, sem autorização e aparo do poder público, foi discutida a degradação ambiental com a derrubada de mata nativa, a não preservação de nascentes com a desordenada demarcação de terras ao longos dos últimos anos.
O foco das discussões foi a necessidade de fortalecer a conscientização dos moradores para que atuem como integrantes de ações de conservação e preservação dos territórios da APA. Reduzir o impacto ambiental já existente, através de uma educação ambiental para cuidar da manutenção da mata nativa e animais silvestres. Além disso, manter as nascentes de água e criar faixa de escadas pra peixes e assim garantir a piracema.
Há uma falta regras, e de uma fiscalização, do poder público nas áreas do APA. Neste ponto as discussões abrangeram principalmente no tocante a ocupação desordenada pois uma efetiva atuação da administração pode contribuir para que outras áreas não venham a ser ocupadas discriminadamente.
Outra questão levantada que gerou muita discussão foi a dificuldade da condução de atividade rural com problemas de os moradores tirarem sustento da produção e, aqueles que estão na produção agropecuária, não conseguem fazer escoar a produção.
A discussão também contemplou a questão da migração da área rural com um trabalho com a população de Campinas no assoreamento dos territórios de proteção ambiental com a mudança de zoneamento para moradia de baixa-renda. Com uma educação ambiental eficiência, o Plano de Manejo deve ampliar a discussão da criação da dependência financeira da APA, para a sobrevivência da APA.
A oficina concluiu ainda que a gestão do Plano de Manejo precisará ser mais atuante e apostar na inclusão social a partir de um processo mais participativo onde possam ser discutidas com a comunidade as formas de preservação do meio hídrico, da fauna e da flora. Para ter maior profundidade entre os moradores deverá integrar pessoas e criar plataformas mais participativas, como por exemplo, cuidar da comunicação entre os moradores buscando ações integradas com a igreja, associações, áreas comuns de convívio, praças.