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sexta-feira, dezembro 26, 2025
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A ARTE DIGITAL E A NOVA FRONTEIRA

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A arquiteta, designer, artista plástica e poeta gaúcha Liana Timm abre em 20 de julho no Espaço Cultural Citi a mostra A Arte Digital e a Nova Fronteira em que mostra pela primeira vez a série Paisagens do Interior, recortes eletrônicos que são “uma conversa com todas as outras imagens em diversos planos ao mesmo tempo: Real e imaginário, presente e passado, em um forma de arte que se serve do computador para pintar por leyers o que antes se pintava com pincéis”.

O crítico e curador da mostra Jacob Klintowitz realça o calor que emana do que poderia ser fria técnica da computação: “Liana Timm trabalha com memórias afetivas, com informações históricas, citações de outros artistas, escolhas pessoais e existenciais, sentimentos e emoções. Faz deste material uma reflexão sobre a vida atual na qual está presente o ser humano contemporâneo, ou seja, um conjunto de memórias, herança familiar, conhecimentos históricos e informações cibernéticas.

O Espaço Cultural Citi é uma galeria pública visitada mensalmente por cerca de 50 mil pessoas que trafegam entre a Avenida Paulista e a Alameda Santos. O espaço mantém a sua vocação de mostrar obras de arte no centro vital de São Paulo. Desde 2005, passaram por ali as obras de nomes consagrados, como Rubens Gerchman, Luiz Paulo Baravelli, Cláudio Tozzi, Gregório Gruber, Romero Britto, Newton Mesquita, Odetto Guersoni, Ivald Granato, Takashi Fukushima, Caciporé Torres e a ceramista Shoko Suzuki, além de jovens que se firmam como Luciana Maas e Manu Maltez, entre outros.

O Espaço Cultural Citi (Av. Paulista, 1111, térreo, fone 11.4009.3000) fica aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas; aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 17 horas. Acesso a portadores de deficiência física pela Alameda Santos, 1146. A entrada é gratuita. A exposição vai até 4 de setembro.

Sobre a mostra, o experiente Jacob Klintowitz observa ainda: “A artista trabalha com recortes eletrônicos, produz módulos e os compõe em painéis de imagens cada vez mais complexas. É um processo que, se fosse num atelier tradicional, chamaríamos de colagem. Entretanto, o fundamento do seu estúdio é um computador e no lugar de pinceis ela utiliza leyers e esta junção de módulos só poderia ser chamada de colagem a partir do uso liberal da palavra. Compor galáxias a partir de módulos.”

Liana Timm – artista plástica, poeta, designer, arquiteta.

Transitanto por diversas linguagens Liana Timm busca, através da captura do que é invisível na imagem à olho nú, a ruptura do figurativo e do abstrato, descontextualizando significações e atualizando-as num território próprio. Sua produção mixa manualidade e tecnologia, conceito e materialidade, história e contemporaneidade. Vive e trabalha em Porto Alegre com atelier em permanente ebulição artísitca. Em sua diversificada produção a artista introduz seu estilo pessoal através de características que se afirmam como marcas de sua autoria. Liana Timm, uma artista conectada com sua época em constante busca de devires. 63 exposições individuais, 13 Prêmios recebidos e 19 livros publicados

O dia em que o sonho visitou o sol. A arte digital de Liana Timm. Por Jacob Klintowitz

Emanações da noite infinita e silenciosa mesclam-se ao dia e o diálogo torna único este sitio no qual nunca sabemos se estamos regidos pela lua ou pelo sol. É como se a fabulação do sonho permanecesse vívida, as sombras iluminadas e a luz rebaixada. Lugar de fronteiras borradas, do qual escutamos uma voz a nos dizer que a vida é névoa, fluídica, águas vagantes, povoada, aqui e ali, por súbitas imagens aclaradas e pressentidas.

Recortes da incerteza. Fragmentos de vestes que um dia teriam servido à Deusa, manto a nos proteger da frialdade desta hora. Liana Timm tem esta rara capacidade, a de registrar o momento em que o sonho noturno torna-se um com a arte do dia.

A artista Liana Timm trabalha com recortes eletrônicos, produz módulos e os compõe em painéis de imagens cada vez mais complexas. É um processo que, se fosse num atelier tradicional, chamaríamos de colagem. Entretanto, o fundamento do seu estúdio é um computador e no lugar de pinceis ela utiliza leyers e esta junção de módulos só poderia ser chamada de colagem a partir do uso liberal da palavra. Compor galáxias a partir de módulos.

Existe a tendência de procurarmos a chave que abre o mistério destas imagens. Talvez ela não exista. É possível que elas somente possam ser contempladas e percebidas. A estabilidade das imagens, a sua integridade, é notável. Não há dúvida da intencionalidade da artista e de que estamos diante de uma obra em si mesmo.

Estranhas figuras e cenários. Elas estão fora do reino da fotografia. Não tem a veracidade, a perspectiva, a invenção, o caráter documental, a memória e a ambigüidade da saudade. Não podemos folhear o álbum de família. Elas não estão, também, no reino dos vivos. As figuras não remetem para a ação, e não lamentamos por elas: nenhuma empatia ou repulsa. Cenas estáticas e uma epiderme peculiar. Estamos diante de uma espécie desconhecida. Um fictício pesquisador descobriu estes seres abissais. Um portal que se abre para outro universo que – paradoxo- está entre nós. O enigma da iconografia de Liana Timm está na inserção do submerso e noturno ao território solar. Fronteiras da percepção. Cada contemplador é uma chave do mistério.

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