
Mais de 5 mil manifestantes do Movimento Sem Terra (MST) seguem em marcha à Brasília para registrar a candidatura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, no Supremo Tribunal Eleitoral (TSE). A chegada ao tribunal está prevista para as 16h30 e o ato deve durar até as 19h.
Entre os manifestantes está o sem terra, Jaime Amorim, integrante do MST e um dos sete militantes que fazem greve de fome há 15 dias, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o grevista, a marcha ao TSE reforça a decisão de manter o jejum, além de representar a luta contra a fome, que aflige uma grande parcela da população brasileira.
João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST afirmou que a marcha é histórica e significativa para os movimentos populares, assim como para todos que acreditam na inocência do ex-presidente Lula.
“Viemos trazer a representação do povo brasileiro, dizer que Lula é inocente e que será presidente!”, reforçou João Paulo. “As grandes regiões do país que se dividiram na marcha vão se encontrar, se preparar, para fazer o registro da candidatura do Lula no TSE. É importante que o povo brasileiro se mobilize, que ocupe as redes, a internet, mas que principalmente ocupe as ruas”, completou.
De acordo com o jornal Correio Braziliense, a segurança durante o percurso ficará a cargo da Polícia Militar, com 1,2 mil policiais — 250 deles do Batalhão de Operações Especiais do DF —, além de homens da Força Nacional, que atuarão na região dos ministérios.
O coronel da PMDF Marcilom Back afirmou que existe a possibilidade de se fechar completamente o Eixo Monumental, caso haja expansão da passeata, mas reiterou que o acordo da corporação com as lideranças do movimento é de que apenas metade das faixas fiquem fechadas.

“Nós vamos abordar apenas os que incomodarem e os que chamarem a atenção”, garantiu o coronel. Ele também explicou que, se necessário, deslocarão equipes designadas para o serviço ordinário, ou seja, de atuação diária da PMDF, ao local. “Não é uma manifestação para quebrar Brasília. É uma ação política”, informou. Back também reforçou que objetos como foices, facas e afins estão proibidos. Os manifestantes que os portarem serão expulsos.
Para os funcionários do TSE, haverá acesso ao prédio e a alguns estacionamentos mediante identificação. Outros dois estarão completamente fechados. Os ônibus dos manifestantes estarão estacionados em pontos estratégicos, com saída para a via L4 Norte. No fim do protesto, o grupo deve seguir para os coletivos e voltar para suas casas.
Segundo o porta-voz e coordenador nacional do MST, Roberto Baggio, os sem-terra se juntarão ainda à União Nacional dos Estudantes (UNE), aos sindicatos filiados e à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) para seguir em direção ao TSE. “É um ato simbólico. É a primeira vez que o povo vem registrar a candidatura do seu presidente”, disse.




