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terça-feira, dezembro 23, 2025
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Paleontólogo da UFSCar comprova parentesco entre

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O pesquisador Marcelo Adorna Fernandes, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva (DEBE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é autor de um estudo que comprova o parentesco entre dinossauros e aves. Em seu trabalho de doutorado, Fernandes descobriu o que foi denominado urólito: um rastro de urina que comprova a existência de uma estrutura destinada ao armazenamento de líquido na fisiologia de dinossauros habitantes de desertos.
O pesquisador e sua equipe, composta pela bióloga Luciana Fernandes, da UFSCar, e pelo geólogo Paulo Souto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), buscavam icnofósseis, pegadas e vestígios de seres pré-históricos deixados em rochas fossilizadas, na região de Araraquara, interior do Estado de São Paulo, e encontraram o rastro de urina incrustado em rochas.
“Analisamos um icnofóssil que representa o impacto de um líquido na areia. Como não existiam nascentes nesse local e a chuva deixaria um vestígio diferente, concluímos, pela altura da queda do líquido, que seria de uma espécie de dinossauro que possuía os pés semelhantes aos das aves”, explica Fernandes. A descoberta é o primeiro e único vestígio de urina de dinossauro encontrado no mundo. Tudo indica que o urólito pertence a um Iguanaodontídeo, conhecido como “dinossauro dentes de iguana”.
Semelhante à dos avestruzes, a “bexiga” pré-histórica desses dinossauros tinha a tarefa de armazenar água quando o animal se encontrava em locais áridos e eliminá-la em contato com água em abundância, sendo responsável pelo equilíbrio osmótico desses seres nos ambientes desérticos. É este fato que demonstra as semelhanças entre os dinossauros e algumas espécies de aves.
A região de Araraquara fez parte do maior deserto de areia da história geológica do Planeta. No final do período jurássico e início do cretáceo, há aproximadamente 140 milhões de anos, a região que vai de Minas Gerais até o Uruguai foi uma zona desértica de 1,5 milhão de quilômetros quadrados. Essa região era povoada por vertebrados e invertebrados, cujos rastros são pesquisados pela equipe do paleontólogo Marcelo Fernandes.

Paleo-Expo 2006

O urólito e outros icnofósseis podem ser vistos na Biblioteca Comunitária da UFSCar, que sedia até novembro a Paleo-Expo 2006. A exposição é organizada pelo Museu de História Natural “Mário Tolentino”, do DEBE, e tem a curadoria de Fernandes. O acervo apresentado constitui-se de fósseis e réplicas de crânios de dinossauros expostos pela primeira vez no Brasil.
Inúmeros fósseis, pegadas de dinossauros carnívoros e herbívoros com 140 milhões de anos encontrados na região de Araraquara, e o esqueleto completo da maior ave fóssil predadora do Brasil, encontrada em Taubaté, fazem parte da mostra. Além disso, a exposição apresenta conchas de polvos pré-históricos, fragmentos de árvores petrificadas de 100 milhões de anos, um dente de tubarão do período cretáceo e répteis aquáticos encontrados na região de Rio Claro. Os visitantes também poderão conferir fósseis de peixes do sertão do Ceará, local que foi mar há 120 milhões de anos.
A Paleo-Expo pode ser visitada gratuitamente de segunda a sexta-feira das 8h às 22h e aos sábados das 8h às 12h.

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