Campinas, como a maioria das metrópoles, possui ruas com nome de pessoas que tiveram destaque na sociedade. Nesta edição, vamos falar um pouco da história da tão badalada rua Doutor Emílio Ribas. A rua que para muitos representa apenas o local de encontro de estudantes é, na verdade, uma homenagem a um médico que descobriu a vacina contra a febre amarela.
Nascido em 11 de abril de 1862, Emílio Marcondes Ribas nunca escondeu que seu sonho era ser médico. Em 1887, se formou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, no mesmo ano, ele resolveu voltar para o interior paulista e começou a clinicar. Após alguns anos, o médico foi escolhido pelo Estado para ser inspetor sanitário.
Foi durante esse período que Ribas pôde combater uma das piores doenças da época, a Febre Amarela, que era transmitida pelo mosquito da espécie Aedes aegypti. Ao descobrir o causador da doença, o sanitarista exterminou seis mil viveiros do inseto e, em 1904, reduziu a mortalidade por febre amarela a apenas dois casos no Estado.
Além dessa descoberta, Ribas foi responsável pelo controle do surto da peste bubônica em Santos, no final do século. A epidemia foi controlada depois quando o Instituto Bacteriológico passou a produzir soro suficiente para os habitantes do litoral.
Em uma de suas visitas às regiões do interior paulista, o médico descobriu uma vila, Campos do Jordão, que achou na época ideal para o tratamento dos tuberculosos, porém, para se ter acesso a cidade era necessário atravessá-la a cavalo, então Ribas pressionou as autoridades que no final construíram a estrada de ferro da Serra da Mantiqueira, que até hoje é considerada atração turística.
O médico após cumprir todas as suas missões de trabalho e se aposentar, morreu em 1925. Hoje existe um hospital chamado Emílio Ribas e que é considerado o maior instituto de infectologia da América Latina.
Por Júlia Teixeira
A história de um doutor
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