O ramal férreo campineiro surgiu da necessidade premente de transportar o café da maior região produtora de café do Brasil, que se situava no município de Campinas, principalmente na região de Sousas e Joaquim Egídio, até a divisa com Morungaba. Isto na última década do século 19. Foi quando os barões do café se cotizaram e em parceria com o governo criaram um ramal férreo movido a vapor que foi batizado como “cabrita” em virtude de sua linha ter seu início na estação da Fepasa e seu término na Fazenda das Cabras. Além dessa linha tronco tinha um sub ramal que saindo de Joaquim Egídio rumo norte ia servir as fazendas Alpes, Braga, Coutinho, Santa Maria e São Jorge. Mas, o progresso chegou junto com a eletricidade e com a criação da Companhia Campineira de Tração Luz e Força já na segunda década do século 20; a cabrita foi substituída pelos bondes elétricos para o transporte de passageiros e as pranchas para carregar café, lenha, areia, tijolos e etc…
Os bondes eram fechados (camarões) e tinha primeira e segunda classe. Havia três estações em seu trajeto: Sousas, Joaquim Egídio e Cabras fora os pontos em vários locais.
O Sr. Francisco Ramalho era o chefe da estação de Sousas, José Nedelim de Joaquim Egídio e Joel Ramalho na estação de Cabras. Aos domingos havia um bondinho aberto com horário de manhã e volta a tarde para levar os freqüentadores do Regatas.
A manutenção da linha era feita por vegonetas empurradas a mão e com uma alavanca de freios e o chefe era o Tomaz Mazarela.
A maioria dos passageiros era de estudante que cursavam o ginasial em Campinas e o preço da passagem era três vezes menor que o ônibus que a partir da década de 30 ou 40 já existia.
Esse ramal quando foi extinto em fins de 1960 era da Sorocabana.
Nos 66 anos da existência do ramal férreo, a única interrupção que houve foi em 1932 na Revolução Constitucionalista quando os paulistas dinamitaram uma das cabeceiras da ponte de ferro do Atibaia para impedir a passagem dos mineiros que vinham do leste para dominar Campinas.
Odair Mingatto




