A presença do intermediário
Outra questão diz respeito à oportunidade de negociar o voto com um intermediário. Para 15% dos eleitores de Campinas existe uma oportunidade imediata de negociar o voto, uma vez que conhecem diretamente um intermediário. Este (um cabo eleitoral) realiza a barganha entre favores e votos, muitas vezes bem antes da fase da competição eleitoral (gráfico 4). A distribuição é quase uniforme. Vale destacar que o grupo com menor escolaridade, bem como os eleitores acima de 50 anos, informaram ter menos contato com os chamados cabos eleitorais.
A disposição do entrevistado de vender o voto, caso surgisse uma oportunidade, é negada por três entre cada quatro campineiros (76%). Mas, tirando o grupo que não respondeu a esta pergunta, 19% dos entrevistados declaram disposição em vender o voto, caso houvesse oportunidade. Os valores da negociação variam, sendo que 8% venderiam o voto abaixo de 200 Reais e 11% acima desse valor (gráfico 5).
Há variações significativas tanto na rejeição como na aceitação da oferta de vender o voto, dependendo da idade dos entrevistados. Enquanto entre os eleitores jovens (16 a 24 anos) somente 66% rejeitam categoricamente a possibilidade, essa porcentagem sobe constantemente com a idade e chega a 85% entre os eleitores com mais de 50 anos.
No grupo dos entrevistados que venderiam o voto, as respostas positivas decrescem de 17% entre os mais jovens para 3,5% entre os eleitores mais experientes, no caso de ofertas até 200 Reais. O mesmo padrão se apresenta para possíveis ofertas acima de 200 Reais: a aceitação cai de 14% entre os mais jovens para 8% entre os mais idosos. No total 31% dos jovens declaram que venderiam o voto (gráfico 6).
A reduzida variação nas respostas à pergunta sobre a venda do voto em relação ao nível de escolaridade surpreende. Somente entre os eleitores com nível superior completo a taxa da rejeição de qualquer acordo sobe de 70% para mais de 90%. É interessante notar também que, entre os eleitores com menos instrução, a taxa de rejeição situa-se acima da média: 77% (gráfico 7).
A disposição de vender o voto é acompanhada da disposição em realmente votar em quem compra o voto? Somente um entre quatro pessoas que venderiam o voto respondem que votariam no comprador. 55% dos supostos vendedores embolsariam o dinheiro, mas não cumpririam o trato (gráfico 8)
Venda de Voto
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