Isabela Palhares
Muitas casas da região amanhecem com suas fachadas e muros pintados com inscrições, nomes de grupos ou indivíduos. Essas casas são alvo da ação dos pichadores, grupo que tem por objetivo deixar a sua marca onde quer que seja.
Este é um problema que atinge o Brasil todo, e se intensificou nos últimos meses na região de Sousas e Joaquim Egidio. As pichações restringiam-se a casas onde não havia moradores, mas agora tomou novas proporções. Com spray e tinta, os pichadores praticam atos de vandalismo em casas, escolas, igrejas, estabelecimentos comerciais e até mesmo monumentos históricos.
O aumento deste ato de vandalismo, deve-se a constantes brigas e disputas entre os grupos de pichadores da região.
A tinta usada é extremamente difícil de ser tirada, o que obriga os proprietários a gastarem muito dinheiro para recuperar seus muros. Os moradores reclamam constantemente, mas não querem revelar seus nomes com medo de que as ações se intensifiquem.
Juridicamente pichar edificação ou monumento urbano é crime ambiental nos termos do art. 65, da Lei 9.605/98, com pena de detenção de três meses a um ano, e multa. Se o ato for realizado em monumento tombado por seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena passa a ser de seis meses a um ano, e multa
Grafitte
Contrapondo essa ação que é ilegal, existe o grafitte. Uma arte de rua, que nasceu junto com o movimento hip hop e que ao contrário das pichações, pede concessões à prefeitura e aos proprietários para pintarem paredes que já estejam sujas ou velhas. O grafitte é caracterizado por seus desenhos e cores e atualmente já é considerado uma forma de expressão incluída nas artes visuais, mais especificamente da arte urbana, em que o artista aproveita espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade.
Em Sousas existe uma oficina de grafitte coordenada por Fernanda Alves Sunega, que ensina as técnicas para jovens que buscam praticar a arte urbana sem cometer nenhuma ilegalidade, além de
Os alunos da oficina já pintaram muros próximos à Praça Beira-rio, e já foram contratados por comerciantes locais para dar uma nova cara aos seus estabelecimentos. Aos interessados na arte do grafitte as oficinas ocorrerão em janeiro do próximo ano, com encontros na Biblioteca de Sousas e aulas ao ar livre.