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sexta-feira, setembro 20, 2024

Batalha e duelos instrumentais nos concertos da Sinfônica da Unicamp

Data:

No violino e na regência, Alessandro Borgomanero
No violino e na regência, Alessandro Borgomanero

A Sinfônica da Unicamp convida o público para uma batalha nos próximos concertos. Uma batalha musical, claro, com sons que remetem a gritos, clarinadas, fogos e traz, ainda, o duelo entre dois instrumentos de cordas muito próximos e parecidos, a viola e o violino. As apresentações, com o tema “La Battalia e outros duelos instrumentais”, acontecem na quarta-feira, 9, às 20h, no Teatro Castro Mendes, e na quinta, 10, às 19h, no Auditório da Faculdade de Ciências Médicas. Os solos serão de Emerson de Biaggi (viola) e Alessandro Borgomanero (violino e regência). No repertório, obras de Heinrich Ignaz von Biber (Battalia a 9), W. A.n Mozart (Sinfonia Concertante para violino, viola e orquestra, K. 364) e J. Haydn (Sinfonia 104, em Ré maior, “Londres”).
Segundo a regente titular da Sinfônica, Cinthia Alireti, confrontos e episódios de guerra têm sido representados em música desde o século 14, tanto em madrigais quanto em peças instrumentais. Notas repetidas e outras expressões que lembram uma batalha ficaram conhecidas como estilo “concitato”, muito em voga nas representações de batalha do barroco italiano. “Traços do estilo concitato se disseminaram também no Áustria do mesmo período, onde o compositor Heinrich Ignaz von Biber compôs a sua Battalia para 9 instrumentos, em 1673”, destaca.
Quase um século mais tarde, por volta de 1770, um gênero chamado Sinfonia Concertante, descendente dos concertos grossos italianos, onde um grupo de solistas se destacava da orquestra para exibir suas habilidades virtuosísticas, se tornou um ponto alto dos concertos para o grande publico parisiense. “Na Sinfonia Concertante para violino e viola de Mozart, dois solistas ‘concertam’ entre si – de acordo com o verbo italiano ‘concertare’ significa concordar, se encontrar – mesmo que o elemento virtuoso de suas partes surgiram ao público um acordo entre dois competidores, ou ainda, duelistas que utilizam seus instrumentos quase como armas de fogo”, comenta Alireti.
Não muito tempo depois, em 1795, Haydn escreveu a Sinfonia nº 104, ainda em clima de guerra e disputas intelectuais da Revolução Francesa. “Nessa época, Londres se tornava mais e mais cosmopolita, não apenas pela presença de grandes compositores e intérpretes, como o grande violinista e compositor, Giovanni Battista Viotti, que provavelmente viabilizou a primeira performance dessa Sinfonia, mas também pela presença de refugiados decorrentes da revolução. Épocas distantes, com histórias muito parecidas com as que conhecemos hoje”, destaca a regente.

Emerson de Biaggi, viola
Emerson De Biaggi estudou violino com a professora Lola Benda e viola sob orientação de Johannes Oelsner. Durante o Bacharelado em Música no Departamento de Música da ECA-USP, foi aluno dos professores Perez Dworecki, Horácio Shaeffer e Marcelo Jaffé. Realizou o curso de Mestrado na Boston University (1992) estudando com Raphael Hillyer e Steven Ansell. Em seguida cursou o Doutorado na University of California, sob orientação de Heiichiro Ohyama, Donald McInnes e Ronald Copes. Integrou a Boston Philharmonic, a Vermont Symphony Orchestra e a Boston Modern Music Orchestra. Em 1997 regressou ao Brasil para integrar a Orquestra Sinfônica Estadual de São Paulo. Atualmente é professor de viola e música de câmara nos Institutos de Artes da Unesp e da Unicamp, além de ser chefe do naipe de violas da Orquestra de Câmara da Unesp. Tem participado como professor de viola nos festivais de Curitiba, Montenegro, Juiz de Fora e São João del Rey.

Alessandro Borgomanero, violino e regência
Nascido em Roma, formou-se com o título de Mestre em 1992, na Universidade de Música Mozarteum, de Salzburg, na classe do violinista Ruggiero Ricci. Continuou seus estudos com renomados violinistas como Boris Belkin, Salvatore Accardo e Rodolfo Bonucci. Apresentou-se como solista frente a várias orquestras tais como Orquestra de Câmara de Budapeste, Salzburg Chamber Soloists, Philadelphia Virtuosi, London Mozart Players, Virtuosos de Salzburgo, Orquestra de Câmara de Berlim, Orquestra Sinfonietta Salzburg, Bachiana Filarmônica, Sinfônica de Vaasa (Finlândia), Sinfônica de Guayaquil, Sinfônica Nacional do Ecuador, Orquestra L´Armonica Temperanza di Roma, Camerata Filarmonica Siciliana, Tblisi State Chamber Orchestra (Georgia) e com a maioria das orquestras sinfônicas do Brasil.
Em 2015 foi convidado para tocar a estreia mundial do concerto para violino, saxophone e orquestra de Helene Rasquier, no Carnegie Hall de Nova York com a New York Sinfonietta.
Apresentou-se em salas de concerto importantes como no Grosses Festspielhaus em Salzburg, Musikverein de Viena, Palao de la Música de Barcelona, no Tivoli em Copenhague, Alte Oper de Frankfurt, Bunkakaikan e Sala Pablo Casals em Tóquio, no Teatro Olímpico de Roma, no Teatro Colón em Buenos Aires e na Sala São Paulo. Participou em concertos em diversos festivais de música como no Festival de Verão de Salzburg em um concerto de música de câmara com a cantora Jessye Norman, Festival de Música de Edimburgo, nas Semanas Filarmônicas de Salzburg com integrantes das Orquestras Filarmônica de Viena e de Berlim, Festival Mozart de Tóquio e no Festival de Inverno de Campos do Jordão.
Ministrou masterclasses para violino na Escola Superior de Música de Viana (Portugal) e em quase todos os festivais de música do Brasil. Gravou vários CDs pelos selos Kreuzberg Records (Alemanha), Nami Records (Japão) e Classic Sound (Áustria). A sua discografia inclui dois CDs gravados com o Mozarteum Quartett, com quartetos e quintetos de Mozart com o clarinetista Wenzel Fuchs da Filarmônica de Berlim, um CD de violino e violão com um arranjo dos Quadros de uma Exposição de Mussorgsky e outro com peças virtuosísticas para violino e piano.
Em 2011 gravou um CD com obras inéditas de compositores brasileiros para violino e orquestra de cordas como solista e diretor artístico da Camerata Filarmônica de Goiás.
Vive em Goiânia desde 1999 onde é professor de violino na Universidade Federal de Goiás. Desde 2012 está à frente da Orquestra Filarmônica de Goiás.

Programa
Heinrich Ignaz von Biber – Battalia à 9 (1673)
1. A. Mozart – Sinfonia Concertante para violino, viola e orquestra, K. 364 (320d)
2. Haydn – Sinfonia 104, em Ré maior, “Londres”.

“La Battalia e outros duelos instrumentais”
Alessandro Borgomanero, violino e regência
Emerson de Biaggi, viola
Quando:
Quarta, 9 de novembro, 20h, no Teatro Castro Mendes (Praça Correa de Lemos, s/n. Vila Industrial. Campinas). Telefone (19) 3272-9359
Ingressos: R$ 20,00 (inteira), R$ 10,00 (meia) e R$ 5,00 (comunidade Unicamp)
Quinta, 10 de novembro, 19h, no Auditório da Faculdade de Ciências Médicas (Unicamp) – Entrada gratuita

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