Somente depois que notaram que um adolescente estava ferido, sangrando muito por conta de um ferimento no supercílio, é que um dos policiais militares teria dito a ele que uma ocorrência poderia ser registrada sobre o caso, assim como um exame de corpo de delito.
Entre as inúmeras cenas de barbárie protagonizadas por extremistas bolsonaristas em todos os cantos do Brasil, após Jair Bolsonaro (PL) ser derrotado nas urnas pelo agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no domingo (30), uma especialmente choca pela sua covardia. Seguidores radicais do mandatário de extrema direita apedrejaram um ônibus cheio de estudantes, na maioria menores de idade, em Jundiaí (SP), na tarde desta quinta-feira (3), para depois invadirem o veículo e agredirem os alunos da ETEC.
As imagens a que a Fórum teve acesso com exclusividade mostram que os adolescentes apenas não concordam com o ato golpista em favor do presidente derrotado e, segundo um dos alunos, em entrevista à nossa reportagem, alguns xingamentos foram direcionados à figura do político, não a qualquer um de seus apoiadores. A partir daí, o que se viu foram momentos de extrema violência, covardia e selvageria.
Os jovens estavam na linha coletiva Terminal Central-Etec, que vai até a área onde fica a instituição pública de ensino, quando passaram por um ato golpista realizado por bolsonaristas na porta de um quartel. Eles teriam colocado adereços vermelhos para fora do veículo, feito gestos alusivos a Lula e xingado o presidente Jair Bolsonaro. Os extremistas, então, arremessaram pedras no ônibus, estilhaçando janelas, que acabaram ferindo um aluno de 18 anos.
Na sequência, os bolsonaristas começaram a bater na lataria do coletivo, exigindo que o motorista abrisse a porta para que entrassem e atacassem os estudantes. Com alguma insistência, o condutor liberou o ingresso dos radicais, que então passaram a xingar, ameaçar e a agredir os jovens. É possível ver nas imagens que policiais militares estão na rua, junto aos fãs de Bolsonaro, mas em momento algum eles intervêm na ação criminosa.
Somente depois que notaram que um adolescente estava ferido, sangrando muito por conta de um ferimento no supercílio, é que um dos policiais militares teria dito a ele que uma ocorrência poderia ser registrada sobre o caso, assim como um exame de corpo de delito.
O rapaz entrevistado diz que, se não fosse o senso de unidade dos jovens, a coisa poderia ter terminado de forma muito pior. Como estavam em maior número, os estudantes não permitiram que os agressores bolsonaristas pegassem separadamente algum dos alunos, já que eles cercavam os radicais.
Fonte CUT
Veja o vídeo: