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segunda-feira, junho 9, 2025

Brasil de Bolsonaro: racha no PSL, xingamento e ameaças

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O deputado Waldir protagonizou um insólito episódio, no qual, inconformado com a tentativa do presidente, afirmou que vai “implodir” o chefe do Executivo, o qual chamou de “vagabundo”

O racha no PSL assumiu um patamar impensável há uma semana, com direito a xingamentos e ameaças. O presidente Jair Bolsonaro tentou afastar o deputado Delegado Waldir (GO), líder do PSL na Câmara dos Deputados, para substituí-lo por Eduardo Bolsonaro (SP). Mas até a tarde desta quinta-feira (17) o deputado continuava no posto, confirmado pela Secretaria-Geral da Mesa da casa. A permanência do presidente na legenda está indefinida. Os desdobramentos são imprevisíveis.

O deputado Waldir protagonizou um insólito episódio, no qual, inconformado com a tentativa do presidente, afirmou que vai “implodir” o chefe do Executivo, o qual chamou de “vagabundo”.

“Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Eu tenho a gravação. Não tem conversa, não tem conversa. Eu implodo o presidente. Acabou o cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu votei nessa porra. Eu andei, no sol, 246 cidades gritando o nome desse vagabundo.”

Como consequência da crise, e também da constatação de que não teria votos suficientes no Senado, Bolsonaro suspendeu a indicação do deputado Eduardo, também conhecido como “Zero Três”, para a embaixada brasileira em Washington.

A fala do Delegado Waldir aparece em áudio vazado de reunião de parlamentares do PSL em que discutem a crise no partido, protagonizada pelo presidente nacional da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), e o próprio Bolsonaro.

A crise é generalizada. Nesta mesma quinta-feira, o presidente resolveu retirar a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do governo no Congresso, substituindo-a pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO). A parlamentar afirmou que ficou sabendo da notícia pela imprensa, e ironizou: “Eu ganho uma carta de alforria. Graças a Deus!”, declarou, segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo.

A deputada diz que agora vai se dedicar à candidatura para a prefeitura de São Paulo. “Eu agradeço ao tempo que passei na liderança do governo. Líderes de vários partidos não param de me ligar dizendo que desde 2002 não veem uma liderança tão atuante.”

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), comentou sobre a fala do líder do PSL: “Se o Delegado Waldir fala isso do Bolsonaro, quem sou eu pra discordar?”

Por outro lado, dois filhos do presidente, senador Flávio e o deputado Eduardo, foram destituídos dos comandos dos diretórios do Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.

Na semana passada, a professora Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos, avaliou que a então aparentemente contornável crise na legenda, exposta por bate-boca público entre o presidente e Bivar, estava em um contexto político que poderia desencadear um cenário cada vez mais instável para Bolsonaro.

Ontem (16), o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) apresentou duas listas para assumir a liderança do partido: a primeira às 21h50 e a segunda às 22h27. Ambas continham 27 assinaturas, das quais 26 foram confirmadas na primeira lista, e 24, na segunda. Já a lista de assinaturas apresentada ontem por Delegado Waldir foi apresentada às 22h18, com 31 assinaturas – das quais 29 foram confirmadas. 

A definição da liderança foi assegurada após validação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na manhã desta quinta-feira (17), o parlamentar afirmou que a decisão sobre o líder do PSL caberia à Secretaria-Geral da Mesa da Casa.

Delegado Waldir foi confirmado como líder do PSL – Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil

“É decisão da Secretaria-Geral da Mesa. É o que diz o regimento”, afirmou Maia ao deixar o Ministério da Economia, após reunião com o titular da pasta, Paulo Guedes, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para debater a agenda de governo pós-aprovação da reforma da Previdência.

Pelo Regimento Interno da Câmara dos Deputados, para ocupar o cargo de líder é preciso receber o apoio formal de metade dos parlamentares da bancada mais um. Cada partido tem autonomia para fazer a troca de líder quantas vezes quiser. Geralmente, há um rodízio no cargo, e os parlamentares costumam ser mantidos por, pelo menos, um ano. Os líderes podem ser definidos por eleição interna da bancada ou por aclamação. Somente os partidos com pelo menos cinco integrantes têm direito à liderança.

Segundo o deputado Delegado Waldir, haverá uma nova eleição para liderança do PSL em fevereiro.

Liderança do governo no Congresso

Despacho do presidente da República com a indicação do senador Eduardo Gomes (MDB-TO) para o cargo de líder do governo no Congresso foi publicado nesta tarde em edição extra do Diário Oficial da União. Gomes substituirá a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (GO), a troca não foi retaliação, já que a liderança é um cargo de confiança do presidente. A parlamentar não endossou a lista para substituir o atual líder, Delegado Waldir, pelo deputado Eduardo Bolsonaro.

O líder do governo na Câmara informou ainda que o PSL continuará atuando para fazer a troca de liderança do partido. Segundo ele, parlamentares da sigla têm sido procurados por internautas nas redes sociais para que apoiem a liderança de Eduardo Bolsonaro. 

“Ainda não temos previsão [de] quando vamos atingir o número necessário. Vamos buscar uma lista sim, mantendo o intuito expresso pelos deputados que estão apoiando expressamente o presidente da República de mudar a liderança do PSL”, disse.

Por Rede Brasil Atual

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