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quarta-feira, julho 9, 2025

Clã Bolsonaro rompe com Nikolas Ferreira e expõe novo racha na ultradireita

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Após atacar Tarcísio de Freitas por suposta aproximação com a chamada Terceira Via, o grupo político ligado à família Bolsonaro abriu um novo flanco de disputa interna na ultradireita. Desta vez, o alvo é o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que passou a ser acusado de tentar construir uma “direita sem Bolsonaro”.

A ofensiva foi escancarada por Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo e influenciador ligado à ala mais radical do bolsonarismo. Em declarações públicas e mensagens em grupos bolsonaristas, Paulo chamou Nikolas de “traidor” e sugeriu que ele estaria articulando uma nova liderança conservadora, independente do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O racha evidencia o clima de disputa pelo espólio político de Bolsonaro, que enfrenta restrições judiciais e investigações que podem inviabilizar sua candidatura em 2026. Nas últimas semanas, parte da base bolsonarista já havia se dividido entre nomes como Tarcísio, governador de São Paulo, e outros deputados federais que tentam se firmar como herdeiros do bolsonarismo.

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Nikolas, que ganhou projeção nacional nas redes sociais e é hoje um dos deputados mais votados do país, tem buscado ampliar sua base própria, com forte apelo entre jovens evangélicos e conservadores. O movimento desagrada setores mais radicais do clã Bolsonaro, que enxergam nele uma ameaça à fidelidade do eleitorado mais extremista.

Nos bastidores, aliados de Nikolas tentam minimizar a crise, mas o recado é claro: o bolsonarismo, longe de ser um bloco coeso, enfrenta fissuras que podem abrir espaço para novas lideranças ou fragmentar a ultradireita brasileira nos próximos anos.

O que significa o racha do clã Bolsonaro com Nikolas Ferreira

Por que isso aconteceu?

  • O bolsonarismo sempre foi um movimento altamente personalista, centralizado na figura de Jair Bolsonaro. Sem ele na urna (por inelegibilidade ou desgaste), o campo ultradireitista começa a se fragmentar — disputando quem será o “herdeiro legítimo” desse capital político.
  • Tarcísio de Freitas tentou se viabilizar como sucessor “moderado”, flertando com setores da direita tradicional e até do centrão.
  • Nikolas Ferreira, por sua vez, tenta capturar o público jovem, evangélico e digital, mantendo a retórica ultraconservadora, mas se vendendo como uma marca própria — “o bolsonarismo sem Bolsonaro”.
  • O clã Bolsonaro não admite isso, porque sabe que perde controle, verba, palanque e fidelidade se surgirem “satélites” autônomos demais.

Quem ganha com essa guerra?

  • A oposição progressista: porque a fragmentação enfraquece o campo radical, espalha votos e cria brigas públicas que expõem as contradições internas.
  • Outras alas da direita: como governadores, deputados e senadores mais pragmáticos, que podem se vender como opção de “direita viável” sem carregar o peso de Bolsonaro.
  • Nikolas Ferreira (no curto prazo): ele se posiciona como independente, ganha manchetes e viraliza como “perseguido” pelo próprio bolsonarismo — o que agrada jovens insatisfeitos com a velha guarda.

Quem perde?

  • O clã Bolsonaro, que mostra fraqueza e desorganização. Quando um movimento “puro” precisa ameaçar expulsar aliados para manter coesão, demonstra que o controle ruiu.
  • Tarcísio, que também foi alvo recentemente, mostra que sua ponte com o centro-direita e o empresariado o torna suspeito para o núcleo mais radical.
  • A base mais fiel, que fica confusa: afinal, quem é o “traidor” e quem é o “herdeiro real”?

Qual o risco para 2026?

Com Bolsonaro fora da disputa, o bolsonarismo terá:

  • Mais de um nome tentando herdar o eleitor fiel.
  • Disputa de palanques estaduais e falta de liderança clara.
  • Risco de racha no PL (que hoje serve como guarda-chuva da extrema-direita).
  • Se não houver candidato único, o bloco pode perder força no 1º turno — e ter dificuldade para chegar ao 2º turno competitivo contra Lula ou outro nome da centro-esquerda.

O racha com Nikolas mostra que o bolsonarismo é forte, mas é frágil como projeto sem Bolsonaro.

A ultradireita no Brasil vai continuar existindo, mas pode se dividir entre:

  • Um caminho mais institucional e moderado (Tarcísio).
  • Um populismo digital radicalizado (Nikolas).
  • E possíveis outsiders, que podem surgir com outra roupagem.
  • Se a esquerda e o centro entenderem isso, podem explorar as brigas para dividir votos, neutralizar narrativas extremistas e fortalecer o campo democrático.
  • Rachas no Bolsonarismo

Trajetória mostra queda de Bolsonaro

2018 — Ascensão e união total

  • Jair Bolsonaro é eleito com um discurso antipolítica tradicional.
  • Aliança inicial une militares, liberais (Paulo Guedes), evangélicos e a ala mais radical (Olavo de Carvalho, filhos e blogueiros).

2019 — Primeiros atritos

  • Saída de Gustavo Bebianno: primeiro ministro demitido após briga com Carlos Bolsonaro.
  • Conflitos internos entre militares moderados e o “gabinete do ódio”.
  • Racha entre os “lavajatistas” e Bolsonaro: Sergio Moro ainda ministro, mas já desconfortável.

2020 — Moro rompe

  • Abril: Sergio Moro pede demissão, acusa Bolsonaro de tentar interferir na PF.
  • Surge uma ala “lavajatista órfã” que rompe com o bolsonarismo raiz.
  • PSL (partido pelo qual Bolsonaro foi eleito) implode em brigas internas: Bolsonaro sai do partido.

2021 — Bolsonaro sem partido

  • Tentativa de criar o Aliança pelo Brasil fracassa.
  • Base bolsonarista fica sem legenda oficial, fragmentando estruturas regionais.
  • Atritos entre grupos: ruralistas, militares e influenciadores disputam espaço.

2022 — Campanha com rachaduras

  • Bolsonaro perde eleição para Lula
  • Tarcísio de Freitas surge como nome “moderado” no bolsonarismo.
  • Michelle Bolsonaro cresce como figura pública, alimentando especulação de candidatura própria.
  • Major Vitor Hugo, Carla Zambelli, Nikolas Ferreira e outros disputam a liderança da base conservadora jovem.

2023 — Pós derrota e inelegibilidade

  • Bolsonaro inelegível após decisão do TSE.
  • Disputa entre Tarcísio (Republicanos) e governadores bolsonaristas para ocupar o vácuo.
  • Nikolas Ferreira consolida base própria nas redes, com pauta religiosa e “anti-sistema”.

2024 — Foco nas eleições municipais

  • PL e Republicanos se dividem em disputas locais.
  • Filipe Martins, Paulo Figueiredo e blogueiros olavistas pressionam para manter fidelidade ao “mito”.
  • Tarcísio é atacado por aproximação com centro e mercado.

2025 — Racha Nikolas vs. Clã

  • Paulo Figueiredo declara guerra a Nikolas Ferreira, acusado de criar uma “direita sem Bolsonaro”.
  • Clã mira isolar Tarcísio e Nikolas, tentando manter Bolsonaro como único eixo.
  • Base digital se divide: uma parte quer alternativas, outra exige lealdade incondicional.
  • Carla Zambelli é condenada e foge do Brasil

Tendência até 2026

  • Clã Bolsonaro: tenta manter Bolsonaro vivo como único líder, mesmo inelegível, e ameaça qualquer “traidor”.
  • Mais fragmentação à direita.
  • Tentativas de fusão, alianças oportunistas.
  • Risco de vários candidatos disputando o mesmo eleitor ultraconservador.

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