Setores ligados à direita acusam presidente e ministro do STF; Frente Parlamentar da Agropecuária manifesta preocupação e defende diálogo responsável
Enquanto integrantes de grupos próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro buscam responsabilizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela investigação da chamada trama golpista, setores da economia — em especial o agronegócio, representado pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) — manifestaram nesta quarta-feira (9) “preocupação” com a escalada da crise política, defenderam uma “resposta firme” do Brasil diante dos ataques externos e internos, e pediram “cautela” para manter um diálogo produtivo entre as instituições.
Lideranças bolsonaristas têm intensificado críticas à atuação do STF, apontando o ministro Alexandre de Moraes como responsável por um suposto abuso de autoridade nas investigações que envolvem figuras do chamado “grupo golpista”. Ao mesmo tempo, também responsabilizam o governo Lula por, segundo eles, influenciar o andamento das apurações e politizar o Judiciário.
Por outro lado, representantes da FPA e de outros segmentos econômicos ligados à direita destacam a necessidade de preservar a estabilidade institucional, evitando que a disputa política gere insegurança no ambiente de negócios e prejudique a economia.
“É fundamental que o Brasil tenha uma resposta firme diante de ameaças à democracia, mas também que haja diálogo e respeito entre os Poderes para garantir a governabilidade e o crescimento”, afirmou um representante da Frente Parlamentar da Agropecuária.
O setor do agronegócio, que exerce grande influência política e é um dos principais motores da economia nacional, vê com apreensão a possibilidade de prolongamento do conflito, especialmente em um momento delicado para as exportações brasileiras, após as recentes medidas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos.
Analistas políticos avaliam que o embate entre grupos alinhados à direita e o governo Lula tende a aumentar a polarização, mas que a pressão dos setores produtivos pode servir como um fator moderador para evitar uma crise institucional mais grave.
Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal mantém o foco nas investigações, com decisões recentes como a do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a inclusão de um vídeo do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro em inquérito por suposta coação e obstrução de investigação, aprofundando a investigação contra integrantes do grupo político ligado ao ex-presidente.
A conjuntura permanece tensa, com a expectativa de que os próximos dias sejam decisivos para a definição dos rumos políticos e econômicos do país.