O MIS (Museu da Imagem e do Som de Campinas) está situado no Palácio dos Azulejos, única edificação na cidade considerada patrimônio nacional, tombado pelo IPHAN (processo nº736-T-64 em 1967). Também reconhecido como patrimônio estadual e municipal, foi tombado pelo CONDEPHAAT (1981) e CONDEPACC (1988).
Hoje em dia, o MIS abriga um importante acervo fotográfico (composto de 75 coleções e mais de 35.000 imagens), audiovisual (1.700 fitas em vídeo, 430 filmes de 35 mm, 16mm e Super 8), musical (cerca de 600 CDs, 900 gravações em fitas de rolo e aproximadamente 20.000 discos) e de objetos tecnológicos (aproximadamente 400 peças) e, em parceria com diversos grupos e coletivos, realiza diversas atividades em sua sede. Durante o ano, são realizadas no o Museu exposições permanentes e temporárias, exibição de filmes, debates, eventos culturais, o projeto Pedagogia da Imagem em parceria com escolas e educadores, projetos de história oral, audições de LPs, duas Mostras nacionais de filmes (Mostra Luta! e Mostra Curta Audiovisual), entre outras. É um museu vivo, que respira. (Mais informações acerca podem ser vistas nos sites www.miscampinas.com.br e http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/museus/)
Contudo, é impressionante o descaso da prefeitura em relação à preservação do acervo e da memória da cidade, ao edifício histórico e às atividades artísticas e culturais que o MIS abriga. Fora o pagamento de contas e salários dos funcionários (concursados), não há nenhum repasse de verba para o Museu e nem abertura de novos concursos para atender a demanda. E o que constatamos é um esforço extraordinário dos funcionários em manter o museu ativo e salvar o acervo perante aos problemas de infra-estrutura e abandono do poder público. E ao dizer “salvar”, não há exageros.
Vale ressaltar que quando o Museu foi transferido (1996), parte do acervo foi perdido/quebrado devido ao transporte e procedimentos indevidos. Há registros quanto a isso.
Abaixo, a relação de alguns dos problemas cotidianos por falta de verba pública e fotos (em anexo) que testemunham os problemas apresentados:
1- Telhado com problemas: goteiras, infiltração e alagamentos internos. Comprometem o acervo que não está seguro em nenhum lugar (pois nunca se sabe aonde pode desatinar uma nova entrada de água). Algumas coleções são cobertas por plásticos para serem preservadas, outras tem que ser apoiadas para não entrarem em contato direto com o chão, fora o ambiente úmido impróprio para a preservação físico-química do acervo. Degradação da pintura mural (que está no projeto de restauração) (fotos número 1 a 8).
2- Pátio interno abandonado e jardim mais alto que o piso, que provoca alagamento e inviabiliza o uso das salas externas (fotos 9 a 15).
3- Falta de janelas, cortinas, trancas e portas. Além de janelas antigas que não se pode mexer para não quebrar o vidro (e não há verba para consertar) e que ficam abertas, permitindo a entrada de poeira e sujeira que comprometem o acervo. Vale ressaltar que algumas portas ficaram danificadas na primeira etapa da restauração do prédio. O jeito é improvisar (fotos 16 a 20).
4- Falta de suportes apropriados para a locação e organização dos acervos (estantes, móveis, arquivos). Muitos não têm onde serem alojados e protegidos, ficam organizados em caixas, no chão, em mesas (20 a 32).
5- Falta de ambiente adequado para preservação físico-química dos acervos, muitos em deterioração por conta disso. Aparelhos de ar-condicionado antigos que não dão conta de manter a temperatura adequada para a preservação do acervo. Coleção de vinis que por conta da chuva perderam suas capas. Umidade (vide item 1) e poeira (vide item 3) (fotos 33 a 37).
6- Falta de recursos para consertar aparelhos quebrados (como um dos dois projetores de vídeo, quebrado há meses), trocar lâmpadas e manutenções diversas no prédio, como banheiros lamentáveis e sem coberturas no teto (fotos 38 a 46).
7- Elevador antigo e perigoso, que não recebe manutenção devida. Bem como o sistema de prevenção de incêndios (fotos 47 a 49)
8- Projeto de sala de cinema abandonado (fotos 50 e 51).
9 – A biblioteca permanece fechada por falta de funcionário. Não há sistema de segurança devido.
