O ex-prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT) foi denunciado, nesta terça-feira (10) pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo recebimento de R$ 4,2 milhões, obtidos a partir de um empréstimo do Banco Schahin ao pecuarista José Carolos Bumlai.
O MPF não denunciou Bumlai devido à idade do pecuarista, 70 anos. Segundo o MPF, os crimes cometidos pelo pecuarista já prescreveram, dessa maneira, ele não pode mais ser denunciado. Além do Dr. Hélio, outras cinco pessoas estavam envolvidas no crime, como o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Delúbio Soares.
Segundo os procurados, o PT teria recebido do Grupo Schahin R$ 12 milhões em propina, após um acordo da empresa com a Petrobras, de R$ 1,6 bilhão. A denúncia foi feita porque, apesar da quitação do empréstimo ter sido contabilizada pela empresa, a transação não aconteceu. Bumlai chegou a ser condenado a noves anos de prisão, pelo juiz Sérgio Moro.
Após rastreamento da quantia de R$ 12 milhões, os procuradores constataram que metade do valor foi destinada a Ronan Maria Pinto, empresário e dono do jornal Diário do Grande ABC. O empresário teria chantageado membros do PT e teria comprado ações do jornal com o dinheiro, segundo o MPF.
Dr. Hélio teria recebido a outra metade do valor, segundo o MPF. O ex-prefeito teria gastado R$ 4,2 milhões para quitar dívidas que adquiriu com publicidades na campanha à Prefeitura de Campinas, em 2004. A candidatura foi apoiada pelo PT, no segundo turno. Conforme informações do MPF, Delúbio Soares teria participado de toda a transação de lavagem de dinheiro. Os envolvidos se tornarão réu, caso Moro aceite as denúncias do MPF. Os procuradores ainda não constataram o destino da outra parte do empréstimo, quantia de R$ 1,8 milhão.