Fraude cresce em ritmo alarmante; em 2024, mais de 2 milhões de brasileiros já foram vítimas de estelionato — uma média de quatro casos por minuto
Reportagem Sandra Venancio – Foto Tania Rego/Agencia Brasil
O chamado “golpe da maquininha” tem se espalhado rapidamente pelo Brasil e já provocou prejuízos bilionários. Segundo levantamento exibido pelo Fantástico neste domingo (28), o país contabiliza mais de R$ 4,8 bilhões em perdas com esse tipo de crime. Em 2024, foram registrados mais de dois milhões de casos de estelionato, o que representa um crescimento de mais de 400% nos últimos seis anos.
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A fraude costuma ocorrer de maneira disfarçada e convincente. O golpe envolve criminosos que se passam por motoristas de táxi ou aplicativos. O carro tem aparência regular e o motorista se comporta de maneira cordial. Ao fim da corrida, o criminoso alega que não aceita PIX e solicita que a vítima insira um cartão físico com chip, afirmando que a maquininha não permite o pagamento por aproximação.
O passageiro insere o cartão e digita a senha, acreditando estar pagando pela corrida. No entanto, o aparelho utilizado é uma maquininha adulterada, que registra a senha da vítima e, muitas vezes, nem realiza o pagamento. Minutos depois, com posse do cartão e da senha, o criminoso consegue fazer saques, compras e transferências, esvaziando a conta da vítima.
As vítimas, em sua maioria, só percebem o golpe após deixarem o carro, ao checarem o extrato bancário ou receberem notificações de movimentações suspeitas. Os criminosos aproveitam o intervalo entre o golpe e a descoberta para agir rapidamente, causando prejuízos que, na maioria dos casos, não são recuperados.
Segundo especialistas em segurança digital, a falsificação dessas maquininhas está cada vez mais sofisticada. Em muitos casos, os dispositivos são modificados para simular transações reais, enquanto armazenam os dados da vítima. Alguns equipamentos até filmam a digitação da senha por meio de câmeras embutidas.
A Polícia Civil e o Ministério Público investigam quadrilhas especializadas nesse tipo de crime, que atuam em grandes centros urbanos e, mais recentemente, também no interior do país. Delegacias registram aumento expressivo de boletins de ocorrência relacionados a estelionatos bancários e golpes eletrônicos.
Como se proteger:
- Prefira pagamentos por aproximação e evite inserir o cartão em maquininhas suspeitas.
- Desconfie se o motorista se recusar a aceitar PIX ou insistir em usar determinada maquininha.
- Cubra o teclado ao digitar a senha, mesmo em locais aparentemente seguros.
- Ative notificações no aplicativo do banco para qualquer movimentação na conta.
- Em caso de golpe, registre boletim de ocorrência imediatamente e comunique o banco.
As autoridades reforçam a importância da denúncia para que novos casos sejam evitados e os criminosos identificados. O consumidor pode procurar canais como o Procon, delegacias especializadas em crimes cibernéticos e plataformas de registro de fraudes bancárias.
(Com informações do Fantástico, Polícia Civil e Febraban)