Sindicato mantém estado de greve, mas admite baixa adesão em dezembro
O funcionalismo municipal de Campinas segue oficialmente em estado de greve, mas uma paralisação dos serviços públicos não deve ocorrer em dezembro. A avaliação foi confirmada neste sábado (14) pelo Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (STMC), que reconhece dificuldades de mobilização da categoria durante o período de festas e férias.
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Em vídeo divulgado nas redes sociais da entidade, dirigentes do STMC afirmam que o movimento permanece ativo como instrumento de pressão, mas avaliam que uma greve neste momento teria impacto limitado. A sinalização é de que uma eventual paralisação só deve ser considerada a partir de janeiro, caso não haja retomada do pagamento do 13º vale-alimentação dos servidores da ativa e do auxílio-nutricional de aposentados e pensionistas.

Os benefícios foram suspensos por decisão liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedida em novembro, após pedido da Procuradoria Geral de Justiça. A decisão considerou que o pagamento do benefício adicional e sua extensão aos inativos não atendem ao interesse público.
Durante assembleia realizada no início do mês, no Paço Municipal, o sindicato classificou a suspensão como um “grave retrocesso” e sustentou que os pagamentos configuram direito adquirido, uma vez que estavam previstos em leis municipais aprovadas pela Câmara e sancionadas pelo Executivo.
A Prefeitura de Campinas informou que recorreu da decisão tanto no TJ-SP quanto no Supremo Tribunal Federal, argumentando que defende a constitucionalidade das leis e que a suspensão gera impacto social e econômico direto sobre milhares de famílias de servidores.
Apesar da manutenção do estado de greve, o sindicato admite que o cenário de dezembro reduz o poder de pressão. A estratégia agora é aguardar o andamento dos recursos judiciais e preparar a base para uma mobilização mais ampla no início de 2026.
A suspensão dos benefícios expôs divergências internas sobre a condução da defesa do município no processo. Nos bastidores, dirigentes sindicais avaliam que a estratégia jurídica adotada pela Prefeitura fragilizou a sustentação do direito adquirido. A coordenação do STMC também mantém a possibilidade de levar o caso a instâncias internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho, sob o argumento de violação a direitos trabalhistas consolidados.
A crise ocorre em um momento sensível para a administração municipal, com pressão crescente de categorias do funcionalismo e desgaste junto à base de servidores. Vereadores que votaram favoravelmente às leis agora enfrentam cobranças públicas, enquanto o Executivo tenta evitar que o impasse se transforme em greve prolongada no início do ano, período considerado crítico para serviços essenciais da cidade.




