Ministro da Fazenda negocia reação à sobretaxa que atinge boa parte das exportações brasileiras a partir desta quarta-feira
Por Sandra Venancio – Foto Diogo Zacarias/MF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta quarta-feira (6) que terá, no dia 13 de agosto, uma reunião virtual com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, para discutir a tarifa unilateral de 50% sobre exportações brasileiras. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, começa a valer hoje e deve impactar fortemente setores estratégicos da economia.
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Segundo Haddad, a equipe da Fazenda recebeu nesta manhã um e-mail formalizando o encontro virtual com Bessent, previsto para a próxima quarta-feira. O ministro disse que, dependendo do resultado da conversa, existe a possibilidade de agendar uma reunião presencial entre as equipes econômicas dos dois países.
A tarifa de 50% afeta boa parte dos produtos exportados pelo Brasil para o mercado norte-americano, incluindo commodities agrícolas, produtos industrializados e bens de consumo. A sobretaxa foi incluída em um pacote de medidas protecionistas adotadas pelo governo Trump, que busca proteger a indústria doméstica dos EUA de concorrência estrangeira.
Haddad afirmou que a prioridade é tentar negociar uma flexibilização da medida, destacando que o Brasil é um parceiro comercial estratégico para os Estados Unidos e que a taxação pode prejudicar cadeias produtivas integradas.
Economistas avaliam que a sobretaxa pode provocar queda nas exportações, aumento de custos e instabilidade cambial, exigindo uma resposta coordenada entre governo e setor privado.
Reação do governo ao tarifaço
O governo brasileiro adotou uma estratégia multivetorial para enfrentar a sobretaxa de 50% sobre exportações ao mercado americano: preparação de um plano de contingência interna e mobilização do setor produtivo para pressionar por negociações. Foi criado o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais (Cincec), que reuniu, em meados de julho, representantes da indústria brasileira e também iniciou articulação direta com empresários dos Estados Unidos, com o objetivo de mostrar que a sobretaxa prejudica ambas as economias AInvest+15Agência Gov+15Yahoo Finanças+15.
Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil oferecerá defesa formal no âmbito da OMC, utilizando a recém-aprovada Lei de Reciprocidade Comercial para responder às sanções comerciais americanas Wikipédia. O foco do governo está em apoiar setores vulneráveis, como fruticultura e agronegócio regional, com linhas de crédito e socorro emergencial, sem optar por retaliação imediata com tarifas contrabalançadas instagram.com+4Reuters+4poder360.com.br+4.
A previsão é de que uma ação formal de contestação dessa política tarifária na OMC seja protocolada em 18 de agosto, enquanto o governo busca manter diálogo e pressão internacional para mitigar os efeitos da medida unilateral.