Maio, mês marcado pelas flores e pelo clima agradável do outono, recorda várias circunstâncias que permitem um olhar atencioso, para que o cotidiano da vida não caia na sofrível rotina. Logo no primeiro dia, a lembrança dos (as) trabalhadores (as) na memória de S. José Operário, o mundo se volta para as questões do trabalho, enquanto instrumento possibilitador no desenvolvimento das capacidades humanas, ao mesmo tempo que se reivindica que as leis trabalhistas favoreçam os que executam tarefas para o progresso da sociedade, que as máquinas não substituam pessoas, que o período de trabalho permita o descanso necessário, entre outras.
O segundo Domingo de Maio, a cada ano, permite a comemoração daquelas que, todos os dias, são presença de amor, afeto, carinho e segurança: as Mães. O amor de Deus tem espaço para se manifestar num coração de Mãe, que quer o bem de todos, que reparte o que tem, que nada espera em troca, que ama os filhos nas suas diferenças, que conduz para um horizonte novo onde somente o amor pode configurar, mesmo diante de nuvens cinzentas que teimam aparecer, quando menos se esperam. O dia 11 recorda a canonização de Santo Antônio de Sant´Ana Galvão, primeiro santo nascido e vivido em terras brasileiras. A celebração uniu milhares de pessoas com a presença do Papa, hoje emérito, Bento XVI, na cidade de S. Paulo, em uma manhã nublada, mas brilhante pela fé dos brasileiros vindos de todas as partes.
Com a mesma ternura, o dia 13 de Maio lembra a memória da Mãe de Deus, invocada como Senhora de Fátima. Nessa data, no ano de 1917, em Portugal, num pequeno vilarejo que hoje se torna um nome tão popular, três pastores- Lúcia, Francisco e Jacinta – tornaram-se porta-vozes de uma mensagem divina na qual Maria se torna protagonista, que tem como fundamento o fim da guerra, a oração como força capaz de vencer os males, a união das famílias em torno dos valores éticos e morais, da alegre convivência, de solidariedade para com os outros. Posteriormente, dia 14, o apóstolo Matias, escolhido após o amargo e livre rompimento de Judas Iscariotes (At 1,15-17.20-26), convida a pensar na importância da colegialidade na Igreja e nas outras instituições, lembrando o próprio Ressuscitado que, mesmo podendo fazer tudo sozinho, quis o apoio do Colégio dos Apóstolos, que contaram com os Discípulos e foram formando Comunidades que partilhavam igualmente o que tinham e testemunhavam o amor-serviço aprendido do Mestre (cf. Jo 15,9-17).
No dia 24, a mãe de Jesus é lembrada como aquela que é a Auxiliadora dos Cristãos, em uma bonita devoção, incutida por S. João Bosco aos Padres e Irmãs Salesianos, perpassando o mundo todo. No cuidado para com a Palavra de Deus que nos auxilia e nos orienta nas luzes e sombras, a intercessão da Mãe de Cristo é sinal de que Ele acompanha e ilumina a história humana marcada pelo medo da epidemia de Dengue, pelo desejo de fazer justiça com as próprias mãos, pela violência presente nos estádios que soltam gritos de fúria e nem sempre de alegria, que lançam objetos assassinos ao invés de vibrarem com o sucesso do time pelo qual torcem, que sequestram seres humanos em nome da religião que deve ‘religar’, isto é, fazer pontes e não construir muralhas sob um radicalismo que não leva em conta os que são imagem e semelhança de Deus.
No mês das flores e de tantos amores, com outras datas que sejam importantes também para você, caro(a) leitor(a), o desejo de juntarmos forças, para continuarmos sendo do time de Jesus, para que o grande jogo da vida não seja apenas uma simples partida, ou um campeonato realizado de quatro em quatro anos, mas que entendamos Sua tática embasada na esperança, na força do trabalho de equipe, no amor traduzido em serviço, na honestidade, na tolerância, para que o sabor da vitória seja sentido coletivamente.
Pe. Paulo Emiliano – Paróquia Sant´Ana – Sousas – Campinas-SP