Narrativa não se sustenta, pois imprensa cita 6 fontes; uma já é muito difícil. Outra possibilidade, é que o telefone do ministro esteja grampeado
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes voltou ao centro de uma escalada de tensionamento institucional após o jornal O Estado de S. Paulo se somar às reportagens já publicadas por O Globo e afirmar que o magistrado teria feito seis ligações telefônicas ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. A nova narrativa amplia as suspeitas levantadas nos últimos dias sobre supostos contatos indevidos envolvendo o Banco Master, mas segue sem apresentação pública de registros, gravações ou documentos que comprovem as alegações.
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Segundo relatos de pessoas próximas ao gabinete do ministro, a reação de Moraes foi de forte indignação. A avaliação interna é de que as publicações ultrapassaram o campo da apuração jornalística e avançaram para uma ofensiva pessoal e institucional. O ponto mais sensível, de acordo com esses interlocutores, não teria sido apenas a tentativa de associá-lo a pressão sobre o Banco Central, mas a exposição direta de sua esposa, Viviane Barci, e de seus três filhos, todos sócios do escritório de advocacia contratado pelo Banco Master.

As reportagens informaram que o contrato teria valor mensal de R$ 3,6 milhões, com duração de três anos, o que resultaria em cerca de R$ 129 milhões. A divulgação desses números passou a ser vista, no entorno do ministro, como estratégia para constranger publicamente sua família e fragilizar sua posição institucional no Supremo, reforçando a leitura de que haveria um movimento coordenado para desmoralizar a Corte.
A ofensiva ganhou novo fôlego após o Estadão afirmar que Moraes teria feito seis contatos telefônicos com Galípolo. A informação contrasta diretamente com a versão oficial do ministro, que nega de forma categórica qualquer ligação telefônica com o presidente do Banco Central. Moraes sustenta que manteve apenas duas reuniões presenciais, ambas em seu gabinete, e que os encontros tiveram como pauta exclusiva os efeitos da Lei Magnitsky, utilizada pelos Estados Unidos para impor sanções econômicas posteriormente retiradas.
Em nota oficial, o ministro reiterou que jamais tratou da aquisição do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília, nem exerceu qualquer tipo de pressão sobre o Banco Central. Também afirmou que nunca esteve na sede da autarquia e que o escritório de sua esposa não atuou perante o BC em nenhuma etapa da operação envolvendo o banco, posteriormente liquidado por suspeitas de fraude.
O Banco Central confirmou que as reuniões trataram dos efeitos da Lei Magnitsky, mas não se manifestou sobre a existência de ligações telefônicas. Até o momento, não vieram a público registros de chamadas, mensagens, agendas oficiais ou qualquer outro elemento material que sustente a versão de múltiplos telefonemas atribuída ao ministro.
Imprensa acusa sem comprovação ou provas
A ampliação das acusações, agora com a entrada de um segundo grande veículo nacional, ocorre em um ambiente de forte disputa política em torno do Supremo Tribunal Federal. De um lado, há a confirmação institucional de reuniões e a negativa formal de contatos telefônicos ou interferência regulatória; de outro, narrativas cada vez mais detalhadas que não apresentam provas documentais conhecidas. O caso passou a ser interpretado, nos bastidores do Judiciário, como parte de uma guerra de desgaste contra Alexandre de Moraes, em meio a pressões internacionais, investigações financeiras sensíveis e ao protagonismo do ministro em processos que atingem o núcleo do bolsonarismo.




