Balanço 2009 divulgado pela EMDEC apontou redução de 67,3% no comparativo com 1995. Redução entre 2008 e 2009 foi de 21,2%
O índice de mortalidade no trânsito de Campinas é o mais baixo desde 1995, quando a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (EMDEC) passou a fazer a coleta e análise dos dados. Em 2009, a cidade registrou 1,68 mortes para cada grupo de 10 mil veículos, redução de 67,3% no comparativo com 1995, quando o índice foi de 5,14.
Este é o principal dado do balanço dos acidentes de trânsito registrados em Campinas no ano passado, que acaba de ser concluído pela EMDEC e será detalhado nesta terça, dia 30, durante o seminário “Educação para o Trânsito e Mobilidade Urbana”, que será realizado na Unicamp, a partir das 8 horas.
Esta marca positiva de 1,68 mortes por 10 mil veículos havia sido alcançada pela cidade somente em 2005, quando a frota licenciada em Campinas era de 523.416 veículos. No ano passado, 684.530 veículos circulavam pela cidade.
O comparativo dos acidentes registrados nos dois últimos anos também é positivo. O índice de mortalidade por 10 mil veículos foi de 2,13 em 2008 – ou seja, a redução do incide de 2008 para o ano passado foi de 21,2%.
Os dados, mais uma vez, colocam Campinas em posição de destaque, com índices de acidentalidade no trânsito semelhantes ao de países desenvolvidos, que têm uma política consolidada de segurança no trânsito, como França, Canadá e Japão. Além disso, em todo o mundo aceita-se como um padrão positivo o índice de mortalidade por 10 mil veículos igual ou inferior a 3,0.
“Os dados consolidados de 2009 seguem a tendência observada no levantamento do primeiro semestre e, mais uma vez, comprovam a eficácia do trabalho de monitoramento, fiscalização, conscientização e educação de motoristas e pedestres realizado por toda equipe da EMDEC por meio das ações da campanha Preferência pela Vida”, destacou o secretário municipal de Transportes, Gerson Luis Bittencourt.
Bittencourt atribui os bons resultados ao comportamento dos motoristas nas ruas. “Não tenho dúvida que os motoristas estão mais cuidadosos e isso reflete diretamente na redução do número de ocorrências. Prova disso é que o número de multas registradas no ano passado foi 15% inferior ao de 2008”.
A análise dos dados é ainda mais significativa quando se leva em conta que a taxa de motorização da cidade é uma das mais altas do país. Atualmente, Campinas possui um veículo para cada 1,56 habitante. Em 2005, quando o índice de mortalidade por 10 mil veículos foi o mesmo do ano passado, a taxa era um veículo para cada 2,0 habitantes.
Número de mortes e acidentes também caiu
O balanço 2009 preparado pela EMDEC também apontou a redução do número de vítimas fatais, que caiu de 138, em 2008, para 115 no ano passado – redução de 16,7%.
No comparativo com 1995, a redução do número de vítimas fatais é ainda mais significativa e chega a 36,5%. Foram 181 mortes em 1995 e 115 no ano passado. O dado é ainda mais significativo quando se observa que a redução do número de vítimas fatais foi alcançada mesmo diante do aumento da frota, que cresceu 94,4% nos últimos 14 anos, passando de 352.000 veículos, em 1995, para 684.530, no ano passado.
Na análise das vítimas fatais, houve redução do número de mortes para todos os grupos: pedestres, ocupantes de motocicletas e de veículos. Foram 36 pedestres mortos em 2009 e 41 em 2008 (redução de 12,2%); 56 motociclistas mortos em 2009 contra 68 em 2008 (queda de 17,6%); 23 ocupantes dos demais veículos mortos no ano passado e 29 em 2008 (redução de 20,6%).
Já a redução do número total de acidentes foi de 8,2% no comparativo 2008-2009, apesar da frota de veículos ter crescido 5,8% no período. Foram 17.888 acidentes registrados em 2009 e 19.479 em 2008.
Cai o número de acidentes com vítimas
Na redução do número de acidentes, destaca-se o número de ocorrências com vítimas, que caiu 14,4%. Foram 3.987 ocorrências em 2008 e 3.413 no ano passado.
Para alcançar esta marca, a EMDEC destaca a importância da fiscalização eletrônica, que contribui para a redução do abuso aos limites de velocidade nas vias. Vale destacar ainda as ações pontuais de conscientização para os riscos da mistura entre álcool e direção, realizadas durante o Carnaval, nas visitas ao circuito de bares da cidade e no incentivo ao uso dos táxis.
Mais segurança nas travessias
A queda do número de atropelamentos também foi significativa. Foram 843 ocorrências em 2008 e 772 no ano passado, redução de 8,4%.
Na avaliação da EMDEC, além das ações de educação desenvolvidas pela empresa com os mais variados segmentos sociais, a redução do número de atropelamentos justifica-se pelos investimentos em semáforos especiais a LED destinados à travessia de pedestres em cruzamentos com grande fluxo de veículos e pedestres ou alto índice de atropelamentos.
Estes equipamentos contam com temporizadores regressivos que indicam ao pedestre o tempo exato para realizar a travessia com segurança. No total, foram implantados 132 equipamentos em 30 cruzamentos da cidade.
Além disso, o Corredor João Jorge, ponto que historicamente concentra alto índice de atropelamentos, está em obras de revitalização desde o final do ano passado e será entregue nesta semana, ampliando a segurança oferecida ao usuário do transporte coletivo no local.
O balanço apontou ainda a redução de 6,5% do número de ocorrências sem vítimas: foram 14.649 acidentes em 2008 e 13.703 no ano passado.
Motociclistas: ocorrências em baixa
A análise dos acidentes envolvendo motocicletas em 2009 também trouxe uma boa notícia ao Poder Público. Depois de dois anos de intenso debate com os motociclistas e de ações voltadas a este segmento, o número de ocorrências com motos caiu pela primeira vez desde 2003.
Em 2009, a EMDEC registrou 3.726 acidentes envolvendo motocicletas. A redução é de 16,5% no comparativo com 2008, quando foram registradas 4.461 ocorrências.
A expectativa da EMDEC é que, apesar da tendência de crescimento da frota – o aumento do número de motocicletas entre 1995 e 2009 foi de 261,6% – as ocorrências envolvendo motociclistas continuem caindo. Ainda neste ano, a Prefeitura pretende regulamentar a legislação que define regras para a atividade do motofrete, ampliando a segurança para quem executa este tipo de serviço.
“Pretendemos regulamentar a Lei do Motofrete ainda no primeiro semestre. Sem dúvida, será um importante instrumento para garantir mais segurança nos deslocamentos deste grupo, que presta um serviço indispensável para o dia a dia de Campinas e toda grande cidade do país”, destacou Bittencourt.