Um dos maiores ataques sofridos por Fernando Haddad na campanha eleitoral de 2018 envolvia um processo descabido em que ele era réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Jair Bolsonaro (PSL) usou isso de forma desenfreada e parte da imprensa também recorreu a essa invenção jurídica para atacar o petista, que afirmou em todas as ocasiões que sairia inocentado. Fato confirmado, nesta quarta-feira (27), pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que arquivou o processo.
Em sabatina na Globo News, no período das Eleições, o ex-prefeito afirmou: “todas as ações de improbidade que foram movidas contra mim eu ganhei e o Ministério Público não ganhou nenhuma, nem ganhará”. O processo teve início após uma colaboração premiada do empresário Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC Engenharia. O empreiteiro, no entanto, teve uma obra com suspeita de fraude e superfaturamento interrompida por Haddad, quando ele assumiu a Prefeitura de São Paulo.
O relator do caso, o desembargador Vico Mañas, afirmou, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, que a denúncia não explica a vantagem pretendida pelo empreiteiro e ainda confirma que os interesses da empresa foram contrariados pela gestão municipal de Haddad, que cancelou o contrato assinado.
O descabimento do processo era tanto, que até o representante do Ministério Público concordou com o relator do caso e destacou ainda que houve falha na descrição do crime e que não haviam elementos para justificar a ação penal.
O ex-presidente Lula comentou o justo arquivamento do processo contra Haddad e ainda criticou a seletividade durante as eleições. “Denúncia descabida foi feita durante eleição, prejudicando Haddad quando já era candidato e beneficiando Bolsonaro. Já o caso Queiroz só foi aparecer depois da eleição e Lula foi impedido de disputar condenado por ‘atos indeterminados’”, diz a mensagem no Twitter do ex-presidente.