
Após ser denunciado pela força-tarefa da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento na tarde desta quinta (15), em coletiva de imprensa em São Paulo. Ao lado de aliados do partido, Lula voltou a negar irregularidades e afirmou que ganhou o direito de “andar de cabeça erguida” no país. O ex-presidente ainda disse, que caso comprovado contra ele qualquer ato de corrupção, iria a pé até a delegacia, como os fiéis vão até Aparecida do Norte para pagar seus pecados”.
Emocionado, o ex-presidente pediu respeito à sua família. “Querem me investigar? Que me investiguem. Eu só quero que sejam verdadeiros comigo. Eu só quero que respeitem a Dona Marisa”. Ele chegou a chorar em alguns momentos do discurso.
Durante a declaração, Lula contou histórias, fez piadas com referência à fala do procurador da República Deltan Dallagnol, que declarou que a força tarefa tem “convicção” (dentro das evidências que a Lava Jato coletou), mas que entra em conflito com a frase de Henrique Pozzobon que afirmou que não há provas cabais. No final do discurso Lula chegou a pedir aos petistas que usem o vermelho pelo “orgulho que têm pelo partido”.
O ex-presidente defendeu o fortalecimento do Ministério Público e da Polícia Federal, mas disse que é preciso ter responsabilidade. “Respeito as instituições e respeito as leis. Vou prestar quantos depoimentos quiserem. É só me chamar”, afirmou.
Lula foi denunciado na tarde de quarta-feira (14) pela força-tarefa da Lava Jato sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Os investigadores afirmam que o petista comandou o esquema de corrupção na Petrobras e atuou, junto com a empreiteira OAS, no desvio de ao menos R$ 87,6 milhões da estatal.
“Quando eu transgredir a lei, me punam para servir de exemplo. Mas quando eu não transgredir, procurem outro para criar problema.” O ex-presidente declarou ainda que “ninguém está acima da lei, nem um ex-presidente, nem um procurador da República, nem um ministro do Supremo Tribunal Federal”.




