Após registrar, nos onze primeiros meses de 2010, recorde na geração de empregos formais (com carteira assinada), Campinas se prepara para elevação estimada em 39% no crescimento da oferta de postos de trabalho formais em 2011, o que representa a criação de cerca de 29 mil vagas nos diversos setores da economia.
Indústria, comércio, serviços e construção civil, principalmente, deverão impulsionar esta elevação. Na Região Metropolitana de Campinas deverão ser criados no próximo ano pelo menos 75 mil novos empregos, que representarão aumento de 27.7% em relação a 2010.
As estimativas são do Observatório do Trabalho, órgão do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), vinculado em Campinas à Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (SMTR), e tomam como base o desempenho do setor industrial e novos investimentos que virão para a cidade.
De acordo com o estudo, a retomada do projeto “Minha Casa, Minha Vida”, com a construção de mais de 8 mil imóveis, deve gerar cerca de 5 mil empregos no município. Além disso, a ampliação do Aeroporto de Viracopos pode criar 1,1mil postos de trabalho.
Projetos industriais e hospitalares, já anunciados contribuirão significativamente também para a geração de novas vagas diretas e indiretas no município. E, somado a eles, a instalação do Trem de Alta Velocidade (TAV) pode criar 1,5 mil empregos, principalmente em Hortolândia, Paulínia e Campinas.
Indústria
Depois de um período de pouca contratação durante a crise econômica mundial, entre o final de 2008 até meados do segundo semestre de 2009, a indústria já demonstra forte retomada e recuperação da capacidade ociosa. O setor foi um dos que mais contrataram, em Campinas, nos onze primeiros meses de 2010. Foram 3.909 vagas no período.
E a estimativa é de que, no próximo ano, possa gerar empregos já na área do pré-sal e de projetos nas telecomunicações e eletrodomésticos, com a perspectiva de criar até o final de 2011, 4 mil empregos, podendo totalizar cerca de 15.5 mil postos diretos e indiretos na RMC.
“O importante na contratação pela indústria é que são empregos de menor rotatividade, que colaboram para a elevação da massa salarial e que exigem maior qualificação”, destaca o secretário municipal de Trabalho e Renda, Sebastião Arcanjo, lembrando que, uma demonstração da recuperação deste setor é o fato de mesmo nestes dias finais do ano, as empresas ainda estarem abrindo vagas e oferecendo-as no Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT) de Campinas.
Diferentemente do que ocorre em geral, destaca Arcanjo, não haverá o interrupção entre o final do ano e o Carnaval, na oferta de vagas de trabalho. “Tanto as empresas quanto os trabalhadores estão oferecendo e buscando empregos continuadamente”, aponta.
Campinas
Nos onze primeiros meses de 2010, Campinas ficou entre as oito cidades do Brasil, e foi a segunda no estado de São Paulo, que mais vagas de trabalho criaram, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. A expectativa é de que feche este ano com pelo menos 21 mil contratações formais.
O município, lembra o secretário, vive situação de pleno emprego, uma vez que, de uma população economicamente ativa de 591.723 pessoas, cerca de 29 mil (4,8%) ficaram fora do mercado formal de trabalho em 2010.