
O Secretário de Segurança, Sérgio Moro se recusou a responder solicitação do deputado federal Ivan Valente (PSOL), que questionou se representantes da empresa Taurus estiveram no Ministério da Justiça e Segurança Pública, antes da edição do decreto que flexibilizou as regras para posse de armas.
O parlamentar solicitou os registros eletrônicos de entrada e saída na pasta do diretor de relações com investidores da Taurus, Sérgio Castilho Sgrillo Filho, e do presidente da Taurus, Salesio Nuhs, em janeiro e início de fevereiro. Valente fez o questionamento no dia 18 de janeiro, por meio da Lei de Acesso à Informação, mas Moro recusou responder, segundo a Folha de S.Paulo.
“O direito à privacidade, no sentido estrito, conduz à pretensão do indivíduo de não ser foco de observação de terceiros, de não ter os seus assuntos, informações pessoais e características expostas a terceiros ou ao público em geral”, diz a negativa do ministro da Justiça. Curiosamente, na agenda oficial do ex-juiz não há registros de encontros com Nuhs ou Sgrillo.
Em 2016, Moro vazou ilegalmente uma ligação entre a então presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Criticado, o ex-juiz justificou que “a democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem seus governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras”. Agora como ministro da Justiça, Moro negocia ‘nas sombras’ com empresas interessadas na venda de armas de fogo.
Presidente da Taurus esteve no Planalto
O deputado do PSOL também fez o mesmo questionamento em relação ao período do governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e ainda enviou solicitação para a Casa Civil. O Planalto, por sua vez, confirmou a presença do presidente da Taurus Armas, no dia 11 de janeiro.
Diante da falta de transparência de Moro, Valente protocolou um requerimento de informação na Câmara dos Deputados solicitando as mesmas informações ao ministro de Bolsonaro. Segundo a Folha, o pedido aguarda o parecer do primeiro vice-presidente da Casa, Marcos Pereira (PRB), que informou à reportagem que deve dar o relatório ainda esta semana. O ex-juiz terá 30 dias para responder o questionamento do deputado do PSOL.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S.Paulo