Ícone do Black Sabbath faleceu nesta terça-feira (22), vítima do mal de Parkinson. Família e fãs prestam homenagens ao artista que redefiniu o rock pesado
Foto ozzyosbourne/Instagram
LONDRES (22 de julho de 2025) — O mundo do rock perdeu um de seus maiores ícones nesta terça-feira. Ozzy Osbourne, vocalista original do Black Sabbath e símbolo do heavy metal por mais de cinco décadas, faleceu aos 76 anos, em decorrência do mal de Parkinson. A informação foi confirmada pela família em um comunicado emocionado nas redes sociais.
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“É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que comunicamos que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor”, disse a nota oficial divulgada por Sharon Osbourne, sua esposa e empresária.
A morte de Ozzy encerra uma era que moldou o som, o comportamento e a estética do rock pesado. Sua trajetória se confunde com a história do gênero: desde os primeiros riffs sombrios do Black Sabbath, passando pela carreira solo de sucesso estrondoso nos anos 1980 e 1990, até a reinvenção como personalidade midiática nos anos 2000.
Um adeus após a última cortina
A despedida de Ozzy acontece poucos dias depois de um momento histórico: no último dia 5 de julho, o Black Sabbath anunciou oficialmente sua aposentadoria dos palcos com um megashow realizado no estádio Villa Park, em Birmingham — cidade natal da banda.
O evento reuniu mais de 45 mil fãs presencialmente e cerca de 150 mil espectadores online em uma celebração à trajetória do Sabbath. No palco, bandas como Metallica, Guns N’ Roses, Pantera, Slayer e Gojira prestaram tributo à maior referência do gênero. Mesmo fragilizado, Ozzy fez uma aparição surpresa ao lado do guitarrista Tony Iommi, arrancando lágrimas do público.
De Birmingham para o mundo
Nascido John Michael Osbourne, em 3 de dezembro de 1948, Ozzy cresceu nos subúrbios industriais de Birmingham. Em 1969, ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, fundou o Black Sabbath, banda que lançou a pedra fundamental do heavy metal com álbuns como Paranoid (1970), Master of Reality (1971) e Sabbath Bloody Sabbath (1973).
A sonoridade pesada, os temas ocultistas e a voz única de Ozzy transformaram o Sabbath em referência global. Em 1979, após problemas com drogas e álcool, foi expulso da banda — mas renasceu em carreira solo com álbuns como Blizzard of Ozz (1980) e Diary of a Madman (1981), trazendo sucessos como “Crazy Train”, “Mr. Crowley” e “Flying High Again”.
Ozzy se tornou também um dos grandes descobridores de talentos do rock, como o guitarrista Randy Rhoads (falecido precocemente em 1982) e Zakk Wylde. Ele vendeu mais de 100 milhões de discos somando sua carreira solo e com o Sabbath.
O homem por trás do mito
Apesar da imagem teatral e “assustadora”, Ozzy revelou ao longo da vida um lado afetuoso e bem-humorado. Nos anos 2000, estrelou com sua família o reality show “The Osbournes”, da MTV, que se tornou um fenômeno cultural, ao mostrar seu cotidiano excêntrico e atrapalhado — um contraste com a figura satânica criada nos palcos.
Em 2003, recebeu uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood e, em 2006, entrou para o Rock and Roll Hall of Fame como membro do Black Sabbath. Nos últimos anos, enfrentou sérios problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de Parkinson em 2020, múltiplas cirurgias e quedas que o afastaram dos palcos.
Mesmo assim, nunca abandonou a música. Lançou seu último álbum de estúdio, Patient Number 9, em 2022, e planejava gravar mais faixas, segundo entrevistas recentes.
Tributo eterno
Com a morte de Ozzy Osbourne, o rock perde não apenas uma voz marcante, mas um espírito revolucionário. Celebridades do mundo inteiro, como James Hetfield (Metallica), Dave Grohl (Foo Fighters), Axl Rose e até músicos de gêneros distantes, publicaram mensagens de tributo e gratidão ao artista.
Tony Iommi, seu parceiro de décadas no Sabbath, escreveu:
“Hoje eu perdi um irmão. Ozzy era mais que um vocalista. Era alma, caos e luz em forma de som. Ele vive para sempre em cada nota pesada que tocarmos.”
O legado do Príncipe das Trevas
Ozzy deixa sua esposa Sharon, os filhos Aimee, Kelly e Jack, além de uma legião de fãs que o seguem como uma religião. Sua influência vai além da música: está no cinema, na moda, na cultura pop e, sobretudo, no espírito de liberdade e transgressão que o rock representa.
O palco agora é eterno. Ozzy Osbourne, 1948–2025.