O ouvidor da Defensoria Pública, Guilherme Pimentel, afirma que recebeu da UPA do Alemão a confirmação de que chegaram 15 corpos à unidade. E que outros cinco foram relatados pela assistência social do Hospital Estadual Getúlio Vargas.
Uma operação conjunta de policiais militares e civis do Bope e do Core deixou ao menos quatro pessoas mortas, na manhã desta quinta-feira (21) no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. No início da tarde, uma quinta vítima foi confirmada pela polícia. Mas a Ouvidoria da Defensoria Pública do Rio afirma que pelo menos 20 pessoas morreram.
Uma das vítimas é Letícia Marinho dos Santos, de 50 anos, moradora do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste. De acordo com informações do jornal Voz das Comunidades, Letícia estava em um carro, acompanhada do namorado, Denilson Glória, morador da comunidade, na Estrada do Itararé, quando teve o veículo alvejado por policiais. Baleada no peito, ela já chegou sem vida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão.
“Um carro estava emparelhando com a gente e tivemos que parar pra respeitar o sinal. Tinha um policial militar em uma Blazer e a policial militar que estava em outro carro, levantou a pistola, com o brasão da corporação deles aparecendo. Mesmo assim, deram tiro numa mulher trabalhadora, que tá lá morta por despreparo policial”, lamentou, emocionado, o primo de Denilson Jaime Eduardo da Silva, que conduzia o veículo. Ele também foi atingido de raspão no pescoço. Outros moradores relataram que no momento em que Letícia foi baleada não havia troca de tiros. Ela deixa três filhos e um neto.
O ouvidor da Defensoria Pública, Guilherme Pimentel, afirma que recebeu da UPA do Alemão a confirmação de que chegaram 15 corpos à unidade. E que outros cinco foram relatados pela assistência social do Hospital Estadual Getúlio Vargas. Os corpos foram levados por moradores da comunidade. Mesmo sem ter ainda a identificação da maioria das pessoas, a PM já alegava que estariam envolvidas em atividades criminosas.