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sábado, setembro 21, 2024

Desafios no campo faz do MST, o maior produtor de arroz da América Latina

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Integrantes do Movimento trabalham as terras e produzem alimentos que são exportados para diversos países

Há 35 anos o MST luta por uma sociedade mais justa e igualitária. Ao longo desse período, além da Reforma Agrária Popular e da agroecologia, um caminho na luta por educação, cultura, saúde e igualdade também foi traçado. Confira algumas das ações elencadas pelo MST como destaque nessa trajetória:

Ao longo desses 35 anos o MST tornou-se o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. 

Somente na safra de 2017 foram produzidos 27 mil toneladas de arroz orgânico. Além disso, o Movimento exporta 30% de sua produção para países como Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Nova Zelândia, Noruega, Chile e México.

Fruto dessa organização são as cooperativas, associações e agroindústrias nos assentamentos.

Atualmente, o MST organiza sete principais cadeias produtivas: feijão, arroz, leite, café, sucos, sementes e mel.   

O MST realiza feiras da Reforma Agrária em todo Brasil

Atualmente são 17 feiras estaduais espalhadas por todo o país, além da feira nacional que acontece anualmente na cidade de São Paulo.

Ocupação do MST no Paraná ganha prêmio por recuperação da Mata Atlântica.

O acampamento José Lutzenberger, que fica no município de Antonina (PR) ocupa parte da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, no litoral norte do Paraná, e desde 2003 concilia a produção de alimentos livres de agrotóxicos – de couve à café – com a recuperação da Mata Atlântica. Por isso, a comunidade foi contemplada no prêmio Juliana Santilli, na categoria ampliação e conservação da agrobiodiversidade.

Em 2018, assentamento do MST alcança safra recorde de sementes

Só da variedade de milho crioulo Sol da Manhã, o pré assentamento Ana Ferreira, em parceria com o Movimento Camponês Popular (MCP), produziu 30 toneladas. Já comunidades camponesas organizadas no MCP geraram 120 toneladas de sementes. Destas, 20 toneladas são de 7 variedades de feijão, 2 toneladas de arroz e 98 toneladas de 6 variedades de milho, todos crioulos.
 

MST recebe prêmio em Guernica pela luta da Reforma Agrária

O prêmio Guernica para a Paz e Reconciliação foi entregue em 2013, na cidade de Guernica, na Espanha. Ao conceder o prêmio para o MST, o comitê de jurados afirmou que o Movimento é uma “organização que luta pela paz e pela Reforma Agrária no Brasil”.

Em 1995, o MST ganhou prêmio por programa educacional

O programa educacional do Movimento feito nos assentamentos de Reforma Agrária, ganhou o Prêmio Itaú-Unicef Educação e Participação

Em 2011, o MST recebeu prêmio por sua produção sustentável

A Coalizão Comunidade Soberania Alimentar (Community Food Security Coalition -CFSC) escolheu o MST para receber o Terceiro Prêmio Anual de Soberania Alimentar . A entrega aconteceu durante a 15º Conferência Anual do CFSC, em Oakland, Califórnia, EUA.

Prêmio Ceci Melo de Participação Social do Governo da Paraíba, que anualmente homenageia mulheres que se destacam nas atuações sociais, na edição de 2018, homenageou a militante do MST, Dilei Aparecida Schiochet.

Em maio de 2016, o MST recebeu o prêmio Chapin Awards da organização americana WhyHunger.

O MST, recebeu em dezembro em 2018 o Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos, oferecido pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Escola do MST recebe prêmio em feira de ciência e tecnologia em Santa Catarina

O projeto “uso das caldas em sistemas agroecológicos” da escola Vinte e Cinco de Maio venceu em 2018 o 3º lugar na XII Feira de Ciência e Tecnologia do estado.

Escola do MST ganha prêmio com o tema Zumbi dos Palmares 
O Colégio Estadual do Campo Contestado, situado no Assentamento Contestado na Lapa, estado do Paraná, ganhou o prêmio Orierê- Cabeças Iluminadas, do Centro Cultural Humaitá, com o tema Zumbi dos Palmares. O Prêmio foi criado em 2009 pelo Centro Cultural, com intuito de valorizar e evidenciar a herança Africana e Afro-Brasileira no Paraná.

Em 2002, um trabalho inédito de conservação ambiental em assentamentos do MST no Pontal do Paranapanema, em São Paulo, ganhou o Whitley Gold Award, um dos mais importantes prêmios ambientais do mundo.

O Movimento luta pelo acesso à educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis para suas crianças, jovens e adultos. Já conquistou mais de 2 mil escolas públicas e 320 cursos via Pronera em 40 instituições, onde já se formaram 165 mil educandos no ensino fundamental e médio e em cursos técnicos e de nível superior, como agronomia, agroecologia, medicina veterinária, história, direito, serviço social e cooperativismo.

Segundo o Índice de Desenvolvimento na Educação Básica (IDEB) duas escolas do MST obtém maiores índices na educação básica
A Escola Amadeus Carvalho no Assentamento Marrecas, localizada no município de São João do Piauí, a Escola Sabino Bernardo, no Assentamento Palmares, município de Luzilândia, obtiveram no ensino fundamental notas consideradas acima da média para modalidade. 

O MST não doutrina crianças, todas as nossas escolas são públicas e cumprem as diretrizes aprovadas pelo Ministério da Educação (MEC). 

Desde 2005, através do Projeto Escuela Latino americana de Medicina (ELAM), mais de 100 médicos Sem Terra já se formaram em Cuba e na Venezuela. Eles atuam em 16 estados brasileiros, no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Programa Mais Médicos, atendendo principalmente a população mais pobre da zona rural, vilas e periferias.

Através do método cubano ‘Sim eu Posso’ mais de 50 mil adultos já foram alfabetizados

O MST não rouba terras, o MST ocupa terras improdutivas
A política de Reforma Agrária somente desapropria terras que não cumpram sua função social, ou seja, que não são utilizadas para moradia nem para plantio. Quem garante isso é a Constituição Federal de 1988, artigos 182 e subsequentes, bem como o Estatuto da Terra (Lei nº4.504/1964). 

O MST luta desde 1984 por Reforma Agrária e transformações sociais no país. Conquistou assentamentos para mais de 1 milhão de pessoas e ajudou a construir e/ou implementar o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o reconhecimento da profissão de agricultora, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), entre outras políticas.

Julia Kaiane Prates da Silva, nascida e criada no assentamento de São Virgílio, na cidade de Herval (RS), chegou à final  da 10ª Olimpíada Nacional em História do Brasil. A olimpíada aconteceu em agosto de 2018, em Campinas, no interior de São Paulo.

Ao todo mais de 600 mil pessoas passaram pela Feira Nacional da Reforma Agrária durante suas três edições em São Paulo

O MST tem uma vasta produção audiovisual tendo, aos longo desses 35 anos produzido e participado de dezenas de longas e curtas metragens, isso sem contar a produção musical que conta com álbuns dedicados à produção musical do Movimento  

As experiências do MST na área da saúde popular são enormes e estão por todos os estados. São cursos técnicos em enfermagem, fitoterapias, auriculoterapia, massagens, além de cursos de graduação em psicologia e enfermagem. 

Em 2017, o documentário ‘Do Corpo da Terra: Filme do Setor de Saúde do MST’, foi premiado no  12ª edição do Festival Taguatinga de Cinema

Outra iniciativa, bastante comemorada no setor, é a produção de hortas medicinais. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, existem três experiências intercaladas na produção de fitoterápicos. 

Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), localizada em Guararema, foi construída entre 2000 e 2005  por mais de 1.000 militantes do MST, que fabricaram até os tijolos utilizados nas edificações.

A escola é voltada para a formação política de militantes de movimentos sociais do Brasil e de todo o Mundo. 

Os recursos para a construção foram levantados com a venda do livro e disco Terra, com fotos de Sebastião Salgado, texto de José Saramago e músicas de Chico Buarque. 

Já passaram mais de 24 mil alunos pela escola e 500 professores voluntários.

A escola também possui uma biblioteca com mais de 40 mil livros doados, três salas de aula, um auditório e dois anfiteatros. Foram construídos também quatro blocos de alojamento, refeitórios, lavanderia, estação de tratamento de esgotos e casas destinadas aos assessores e às famílias de trabalhadores que residem na escola.

O MST comercializa alimentos institucionalmente para várias entidades, programas e organizações, entre elas o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Os produtos do MST também são exportados e comercializados em mercados, feiras, grupos de consumo, Armazéns do Campo e lojas da Reforma Agrária.


Escola do MST desenvolve embalagens sustentáveis de banana verde
O projeto “Embalagens sustentáveis de banana verde”, de autoria do professor Robson Almeida da Silva, do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) da Floresta e Chocolate Milton Santos, no município de Arataca, no Sul da Bahia, foi um dos cinco vencedores do Nordeste indicados ao prêmio nacional “Respostas para o amanhã”.

O MST não tem líderes, mas sim, instâncias organizativas. 

O MST não vai ocupar seu sítio, o Movimento ocupa latifúndios improdutivos e, através disso, cumpre com o compromisso de garantir a função social da terra.   

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