Um dos principais cartões-postais da cidade de São Paulo completa 65 anos nesta quarta-feira (21): o Parque Ibirapuera. Até domingo (25), os equipamentos do parque – Pavilhão da Bienal, OCA, Museu de Arte Moderna (MAM), Planetário, Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ), Fonte Multimídia, Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Museu Afro Brasil – estarão unidos em uma programação especial, organizada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA).
Entre as atrações, haverá uma sessão especial da Fonte Luminosa e projeções ao ar livre, com destaque para a apresentação de um show de jazz. Há ainda visitas guiadas à OCA e visita mediada por lanternas ao jardim das esculturas do MAM, além de atividade na Bienal e extensa programação ambiental.
Para o diretor do Parque Ibirapuera, Heraldo Guiaro, uma das transformações mais significativas que o parque tem passado é a apropriação do público pelo local. “A apropriação pela própria população do espaço público é a grande transformação. Raro são os lugares no mundo que você tem toda essa diversidade cultural, riqueza de fauna e de flora, e em termos de qualidade ambiental e do efeito estético da paisagem nas pessoas. Esses são os grandes elementos de transformação ao longo dos anos do parque”.
Segundo Guiaro, essa relação público-parque foi construída ao longo dos anos. “É algo que vai sendo construído na medida que o público vai incorporando, vai percebendo e vai amando o espaço e criando essa relação afetiva com o espaço. Hoje o parque é um ícone e exemplo de expansão para os outros parques da cidade e do Brasil, e diria até internacionalmente, enquanto expansão de um dos mais importantes parques urbanos do planeta”, disse Guiaro, que está à frente do parque há 14 anos.
Privatização
O Parque Ibirapuera comemora seu aniversário no momento em que há um impasse sobre sua concessão à iniciativa privada. A empresa Construcap venceu o edital para concessão do Ibirapuera e outros cinco parques da cidade por 35 anos, mas a assinatura do contrato permanece suspensa pela Justiça até que a prefeitura de São Paulo apresente um plano diretor que garanta a preservação do local mesmo com sua exploração comercial.
O acordo foi firmado após ações movidas pelo Ministério Público de São Paulo e pelo vereador Gilberto Natalini, que reclamam da ausência de um plano de uso, que coloca em risco a preservação da fauna, flora, patrimônio arquitetônico tombado e direito de acesso do público ao parque.
Um dos participantes da elaboração do plano diretor, Guiaro disse que é importante ter diretrizes claras. “É importante que o plano diretor esteja bem elaborado porque é instrumento fundamental. É preciso que esteja bem delimitado como se preserva o projeto paisagístico, o conjunto arquitetônico, o manejo das árvores, essas questões todas são fundamentais”.
Na avaliação do diretor do Ibirapuera, a concessão pode trazer inúmeros benefícios para o parque. “Elaborado o plano diretor, espero que a gente consiga ter uma marquise recuperada, que a gente possa ter recursos para manter o patrimônio arbóreo, que o processo de sinalização esteja presente e seja mantido, que estejam presentes ações para adequar toda a questão do lago, toda a poluição das águas, todo o sistema hídrico do parque”.