33.9 C
Campinas
sexta-feira, dezembro 26, 2025
spot_img

Questão da Odebrecht alonga debate no TSE; sessão é suspensa e volta às 14h30

Data:

34992706662_b2ae5655ca_h-3054953

 

A sessão da manhã de hoje (8) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a terceira dedicada à ação em que o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer, foi voltada à discussão da validade de depoimentos e provas relacionados à Construtora Odebrecht.

A validade foi contestada pelas defesas de Dilma Rousseff e Michel Temer, que alegaram não ser possível apreciar tais provas, por não estarem englobadas pelos 21 itens inicialmente contestados pelo PSDB no momento da abertura da ação.

O relator, ministro Herman Benjamin, rejeitou a tese. Para ele, a contestação inicial do PSDB engloba  as irregularidades apontadas nos depoimentos de executivos da Odebrecht ao TSE, pois o partido relacionou a empreiteira no rol de empresas suspeitas de desviar recursos da Petrobras para a campanha da chapa Dilma-Temer, conforme indícios revelados pela Operação Lava Jato.

Ele citou decisão de 2015, em que o plenário do TSE autorizou a investigação contra delatores da Lava Jato na ação, incluindo aqueles que citaram expressamente a Odebrecht como líder do “ataque” à Petrobras. “Não vou rasgar decisão deste tribunal”, afirmou. Benjamin leu o voto proferido à época pelo ministro Gilmar Mendes, que protestou: “não queira atribuir a mim”.

Sobre a questão, os ministros Admar Gonzaga e Napoleão Nunes se posicionaram pela retirada da chamada “fase Odebrecht” do julgamento. Eles argumentaram que os questionamentos iniciais do PSDB em relação à empreiteira não diziam respeito à eleição de 2014, objeto da ação, mas a irregularidades em anos anteriores.

Além disso, os dois ministros disseram haver um limite temporal, imposto pela legislação eleitoral, para que sejam feitos questionamentos relacionados ao pleito de 2014, e que os fatos relacionados à Odebrecht foram acrescentados à ação após esse prazo.

“São freios que nos impedem de, por exemplo, trazer agora, numa interpretação amplificada, por que não a JBS?”, indagou Gonzaga, citando o recente acordo de delação premiada firmado entre executivos do frigorífico JBS e a foça-tarefa da Lava Jato, no qual teriam sido revelados outros indícios de irregularidades na campanha de 2014.

O ministro Tarcisio Vieira também se manifestou por desconsiderar algumas partes das provas da Odebrecht, sobretudo aquelas relacionadas a doações não declaradas, o chamado caixa 2. Ele destacou que o PSDB questionou, na petição inicial, somente irregularidades ligadas a doações oficiais da empreiteira para a campanha, em relação às quais pretende considerar as provas que tenham sido colhidas pelo TSE antes de 1º de março deste ano.

Os ministros Luiz Fux e Rosa Weber defenderam que a questão sequer seja votada em forma de preliminar, como querem as defesas de Dilma e Temer, mas que cada julgador fique livre para utilizar em seu convencimento as provas que considerar legítimas.

“Não podemos ser avestruzes”, disse Fux ao defender a validade das provas relacionadas à Odebrecht. Para ele e Rosa Weber, o TSE deve superar os debates sobre a regularidade do processo e seguir diretamente para as questões de mérito na ação.

A questão permanece indefinida. O ministro Gilmar Mendes indicou que deve se posicionar pela exclusão das provas relacionadas à Odebrecht, mas ainda não proferiu voto sobre o assunto. O julgamento foi interrompido para almoço e será retomado às 14h30.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe esse Artigo:

spot_img

Últimas Notícias

Artigos Relacionados
Relacionados

Michelle desafia restrições de Moraes e publica imagens durante internação de Bolsonaro

Parte das fotos que circulam em grupos bolsonaristas, usadas...

Lula determina expulsão de servidor que agrediu mulher e criança no DF

CGU abre processo para responsabilização e impede entrada do...

Ex-diretor da PRF é detido no Paraguai ao tentar fugir com passaporte irregular

Silvinei Vasques rompeu tornozeleira e deixou o Brasil sem...

Calor extremo domina sexta-feira em oito Estados do país

Temperaturas seguem acima da média e alerta laranja permanece...
Jornal Local
Política de Privacidade

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) já está em vigor no Brasil. Além de definir regras e deveres para quem usa dados pessoais, a LGPD também provê novos direitos para você, titular de dados pessoais.

O Blog Jornalocal tem o compromisso com a transparência, a privacidade e a segurança dos dados de seus clientes durante todo o processo de interação com nosso site.

Os dados cadastrais dos clientes não são divulgados para terceiros, exceto quando necessários para o processo de entrega, para cobrança ou participação em promoções solicitadas pelos clientes. Seus dados pessoais são peça fundamental para que o pedido chegue em segurança na sua casa, de acordo com o prazo de entrega estipulado.

O Blog Jornalocal usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Confira nossa política de privacidade: https://jornalocal.com.br/termos/#privacidade