O principal e o mais antigo Viveiro Municipal, localizado em uma área de 100 mil metros quadrados, no Parque Shangrilá, na região Leste, está passando por um processo de revitalização iniciado há cerca de dois meses pela Secretaria de Serviços Públicos.
O projeto, que está sendo executado por etapas e atende uma determinação do prefeito Pedro Serafim, passou, nessa primeira fase, por uma readequação técnica. “Infelizmente o viveiro não estava recebendo a atenção necessária, então, neste primeiro momento, executamos a limpeza de toda a área verde, com a remoção do mato, galhos e lixo, como também da estrutura do local, melhorando o sistema de irrigação”, explica o assessor técnico da secretaria, Luiz Carlos Rossini.
A meta do projeto é que o local volte a fornecer 150 mil mudas por ano para o município e que a produção de sementes seja feita dentro do próprio viveiro sob a responsabilidade do Departamento de Parques e Jardins (DPJ). Esse objetivo, segundo Rossini, é o coração do projeto, que prevê, além da reforma estrutural, a compra de novos equipamentos de trabalho e ainda a capacitação e aumento no quadro de funcionários para atender outro objetivo: o de coleta e produção própria de sementes e mudas. “O viveiro tem que produzir mudas em quantidade e qualidade suficientes para atender à demanda do município, conforme a resolução SMA n° 8/2008 (que determina que o reflorestamento na cidade tenha pelo menos 80 espécies nativas da região)”, diz.
Atualmente a coleta de sementes é feita apenas dentro do bairro onde o viveiro está instalado e, a partir do plano de ações, essa coleta de sementes passará a ser feita nos diversos fragmentos florestais do município, especialmente na zona rural. “É um trabalho que gera menos custos para o município, atendendo com total independência projetos de reflorestamento em toda a cidade, além da revitalização paisagística de praças, calçadas, ruas e avenidas”, explica.
Com esta etapa do projeto colocada em prática, os funcionários do viveiro farão a identificação e cadastro dessas sementes, priorizando a produção de mudas de espécie nativa, promovendo assim um resgaste do valor paisagístico.
O projeto conta ainda com o respaldo dos engenheiros agrônomos Juçara Aparecida André, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Luiz Cláudio Mollo, do Departamento de Parques e Jardins, para coordenar a coleta e os trabalhos executados no viveiro, que hoje é divido em duas partes: de espécies arbóreas e de espécies ornamentais.
Para dar sequência à implantação do projeto, ou seja, a reforma das estruturas, compras de materiais de trabalho, equipamentos de proteção individual (EPIs) e treinamento de funcionários será necessário a liberação de recursos financeiros da Administração Municipal, por meio das Secretarias de Serviços Públicos e Meio Ambiente. A intenção e que o projeto tenha continuidade ainda este ano.
Dados
De acordo com o coordenador do Viveiro, Donizete Aparecido Cardoso, há, atualmente, 6 mil mudas de espécies arbóreas (ipês, magnólias, palmeiras, figueiras, entre outras) e 15 mil mudas de espécies ornamentais (azaleias, palmeiras ráfias, entre outras) que são cuidadas por uma equipe de nove funcionários, sendo seis terceirizados. Essa equipe é responsável pela coleta das sementes, separação, compostagem, manutenção e acompanhamento das mudas, além de toda limpeza do viveiro.
A engenheira agrônoma destaca que o aumento no número de funcionários trabalhando é essencial para o bom funcionamento do viveiro. “Para a produção de 150 mil mudas, é necessário 6 funcionários fixos, pois as tarefas são divididas de acordo com as habilidades de cada colaborador, que acabam cirando uma identidade com as funções que desempenham”, explica. Sendo assim, seis funcionários seriam designados para o viveiro de mudas e três para o viveiro de paisagismo, podendo ainda haver necessidade de mais funcionários fixos no viveiro de mudas ornamentais. “É um trabalho que requer cuidados especiais. O ciclo é de no mínimo seis meses e a produção é anual”, afirma Juçara.
Segundo o coordenador do espaço, o viveiro recebe visitas diariamente. “Todos os dias temos saídas de mudas de ambas as espécies, até de visitantes de outras cidades”, revela. O coordenador explica que cada visitante é orientado sobre o tipo de espécie que está procurando. “Procuramos saber o destino de cada uma das mudas que são do viveiro para que elas não ofereçam riscos e recebam o tratamento e atenção adequada”, ressalta.
Funcionamento
Em 2003, o Viveiro Municipal foi transferido do Distrito de Barão Geraldo para o Parque Shangrilá. No bairro funciona separadamente o viveiro de mudas arbóreas (árvores de médio e grande porte) e o de mudas ornamentais (plantas usadas em projetos paisagísticos e jardinagem).
Além do fornecimento de mudas para a população, o viveiro atende diversas áreas da Prefeitura, como pedidos das Administrações Regionais (Ars), escolas; centros de saúde, além de atender parques, praças e a recomposição de matas ciliares.
O trabalho de arborização é realizado em praças da área central e dos bairros por equipes coordenadas pelo DPJ. Nesses locais, são plantadas mudas de árvores nativas da região, como o jacarandá, jequitibás e ipês.
As equipes também fazem serviços especiais com o objetivo de recompor as matas ciliares, como já ocorreu nas margens do rio Atibaia e de outros córregos que passam pelo município.
O horário de atendimento ao público é de segunda a quinta, das 8h às 11h e das 13h às 16h, nas sextas-feiras 7h às 11h.