“Não tenho absolutamente problema nenhum com o Executivo e nem dependência”
Na segunda-feira, 04, entre as visitas do deputado federal e Presidente do PPS, Roberto Freire, e do ex- Presidente da Câmara, Marco Chedid, Dr. Pedro Serafim Júnior, atual Presidente da casa, recebeu a reportagem do Jornal Local. Ele comentou sobre os cortes no orçamento da Câmara, sua relação com o Prefeito e demais vereadores, além de anunciar seus projetos para 2012. Durante a entrevista, recebeu o vereador Artur Orsi (PSDB) em seu gabinete, oferecendo uma cadeira ao seu lado ao tucano. O presidente da Câmara também orientou a nossa reportagem a tirar fotos de uma maneira que focasse o Jornal Local em cima de sua mesa e brincou: “Você pode ver que eu sou um marqueteiro”.
Pedro Serafim Júnior é médico há 25 anos, especialista em ginecologia e obstetrícia. Nos primeiros anos de carreira trabalhou em Sousas, na clínica do Dr. Odair Schafer, O Presidente da Câmara não esconde a gratidão: “Trabalhei lá sem pagar um centavo de aluguel, Dr. Odair fez para mim o que meu pai fez”. Ele também é formado em Direito e exerce seu quarto mandato na Câmara (1996, 2000, 2004 e 2008). No final do ano passado, foi eleito Presidente da casa com 30 dos 33 votos possíveis.
Jornal Local – O que o senhor achou do projeto do Instituto da Mulher? Será que terão médicos dispostos a trabalhar lá?
Dr. Pedro Serafim – Fiquei emocionado. O difícil é fixar médicos na periferia. Como ali é uma região central, de fácil acesso, consegue-se a contratação de especialistas, gente gabaritada. Médico no serviço público, hoje, ganha relativamente bem. Eu sou contra este esquema de um monte de postinho pequeno. Eu pegaria cinco ou seis postos de saúde e faria um pronto socorro grande, de tratamento 24h, porque tem gente que prefere ser atendido à noite, para não perder um dia de trabalho. O atendimento seria a nível secundário e não primário, como os postos de saúde. Ali poderia se fazer coisas que são feitas em pronto socorro secundário. Só aí encaminharia casos mais graves aos hospitais, que são terciários.
JL – Aqui na Câmara, após o senhor assumir a presidência, houve muitos cortes orçamentários, por que?
PSJ – Eu tenho que administrar aqui igual a uma dona de casa administra sua casa. Se o orçamento estiver apertado, a gente tem que cortar. Não que o orçamento da Câmara seja apertado, mas eu peguei com 10% comprometidos em contas do orçamento passado. Além da Camprev, as licenças a prêmio estavam suspensas há bastante tempo. Foi acumulando todo mundo para tirar este ano, isso tem um ônus. A gente tem que administrar como se fosse nosso. Nem como se fosse nosso, porque o nosso a gente pode gastar, aqui não pode gastar e tem que prestar contas.
JL – Qual é a sua relação com o Executivo? E sua relação partidária e pessoal com o Dr. Hélio?
PSJ – É espetacularmente boa. Não tenho absolutamente problema nenhum com o Executivo e nem dependência. Respeito o Dr. Hélio como um grande Prefeito que ele tem sido e ele me respeita como Presidente da Câmara. Sou do mesmo partido que ele, mas não tenho nenhuma relação pessoal com o Dr. Hélio. Já o conhecia e o admirava como cirurgião pediátrico. Já trabalhamos diversas vezes em casos comuns.
JL – Os vereadores da oposição reclamam de vetos do Executivo, qual sua avaliação?
PSJ – O veto é do Executivo, não é meu (risos). Essa reclamação tem que ser encaminhada ao Executivo. Eu coloco os vetos na pauta e se for aprovado, ou rejeitado, é uma questão dos vereadores. Não sei se o projeto foi aprovado com erros ou se existe uma intransigência do Executivo.
JL – Qual sua relação com os vereadores, tanto os da oposição quanto da situação?
PSJ – Absoluto respeito, sincronia e amizade. Não tenho problema com nenhum vereador, nem da oposição, nem da situação. Acho que os três que não votaram em mim estão relativamente satisfeitos com minha posição
JL – O senhor concorda que as pautas da Câmara estão amenas, principalmente neste mês de março?
PSJ – Não são pautas amenas. Os projetos que vão para pauta são os projetos instruídos. Os mais fáceis recebem os pareceres mais rapidamente, os mais difíceis, mais polêmicos, demoram mais tempo para estar instruído. Por enquanto estão na pauta os projetos mais amenos porque são os que estão tramitando mais rapidamente. Por que eu quero? Não, porque estão instruídos. Tanto que estão em cima da minha mesa a Lei Orgânica do Município e o regimento interno. Eu só trabalho em cima da lei. Eu sou um positivista.
JL – E suas pretensões para 2012?
PSJ – Eu estou pensando em morar na praia, aposentar do meu consultório.
JL – E a Prefeitura?
PSJ – A prefeitura está em pé, está bonita. (risos)
